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Desenvolvimento Regional
Waldez Góes participa de lançamento de programa que vai levar luz a comunidades remotas do Bailique, no Amapá
No Bailique, 884 famílias da comunidade do Limão do Curuá receberam os sistemas individuais de geração de energia solar (Foto: Netto Lacerda/Ascom GEA)
Brasília (DF) – O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, participou, nesta sexta-feira (17), do lançamento do Programa Luz Para Todos Regiões Remotas, realizado no Arquipélago do Bailique, no Amapá. O programa tem como objetivo viabilizar o acesso à energia elétrica em áreas remotas da Amazônia Legal, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico das comunidades e facilitando a promoção de atividades voltadas ao aumento da renda familiar.
Por meio do programa, as famílias cadastradas recebem sistemas individuais de geração de energia solar, capazes de gerar até 80 kWh por mês, com armazenamento em bateria de lítio, que garante autonomia de mais de 48 horas sem sol. No Amapá, desde o início deste ano, já foram beneficiadas 700 famílias na região do Vale do Jari. No Bailique, a comunidade do Limão do Curuá foi selecionada para receber os kits, que suprirão as necessidades de mais 884 famílias.
“O presidente Lula retomou vários programas de grande importância, como o Luz Para Todos e o Mais Médicos, para citar apenas dois exemplos. Então, eu quero aqui, em nome do presidente, reafirmar o compromisso integral com as populações das ilhas, os mais pobres, os mais necessitados. Ele nos diz o tempo todo que o pobre tem que estar no orçamento e ser beneficiado com políticas públicas”, destacou Waldez Góes. “Parabenizo o governador (do Amapá) Clécio Luís e toda a sua equipe por fazer esse trabalho gigante. Em pouco mais de 10 meses de governo, houve muita atuação, muitas entregas, muitas conquistas. Agradeço ao senador Davi Alcolumbre por ter destinado R$ 100 milhões a esse projeto e está aqui o resultado”, completou.
“Estamos aqui para fazer mais entregas e quero dizer que a nossa união com o ministro Waldez e o senador Davi Alcolumbre fará com que consigamos implementar ainda mais programas em todo o nosso estado, garantindo melhores indicadores, e principalmente, melhorando a qualidade de vida de todos os moradores”, comentou o governador Clécio Luís.
“A instalação desses quase 900 kits vai permitir que as famílias beneficiadas tenham energia, uma água gelada, um peixe fresco, um ventilador, um bico de lâmpada, uma bomba d'água, uma batedeira de açaí. É um investimento de mais de R$ 1,5 milhão apenas aqui no Limão do Curuá", destacou o senador Davi Alcolumbre.
Ações do MIDR no Bailique
Desde o início do ano, o Arquipélago do Bailique vem sendo palco de ações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Uma delas é a implantação da Rota do Açaí, que está em fase de licitação de estudos e diagnósticos.
“Um dos programas do nosso ministério em que vamos investir bastante no Bailique são as Rotas de Integração Nacional. Estamos trabalhando forte, com apoio do governador Clécio e do senador Davi, para cumprir a determinação do presidente Lula de empoderar as populações do interior do País. E, aqui, o açaí tem enorme potencial de gerar emprego e renda”, afirmou Waldez. “Vamos então investir na Rota do Açaí e potencializar as comunidades aqui das ilhas”, completou o ministro. Segundo ele, outras cadeias produtivas que serão fomentadas na região são a da andiroba e o do pracaxi.
Segundo a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo, já foram descentralizados R$ 425 mil para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) executar a primeira etapa do projeto ainda em 2023. "Essa etapa compreende a mobilização e capacitação de produtores em técnicas de manejo sustentável do açaí, além dos estudos necessários aos investimentos em logística e unidades de beneficiamento, que ocorrerão no começo de 2024, compondo a segunda etapa de implementação do projeto”, informa. No total, serão investidos R$ 5 milhões nas ações.
Dentre as ações já executadas, estão visitas técnicas às comunidades de produtores e a realização de oficinas de planejamento estratégico envolvendo representantes dos setores produtivos, órgãos estaduais e federais e entidades ambientais. O MIDR elaborou, ainda, uma carteira de projetos como foco em atrair investimentos para os polos.
Também foi realizada missão para identificação das áreas e sistemas de produção e das condições de trabalho dos produtores, além de verificar o volume, a qualidade da produção e estratégias de mercado adotadas pelas associações e cooperativas para a comercialização dos produtos.
As Rotas de Integração Nacional têm como propósito incentivar o empreendedorismo, o cooperativismo e a inclusão produtiva. O objetivo é fortalecer os sistemas produtivos já existentes ou potenciais, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto, aumentem sua escala e possam comercializar com outras localidades, estados e até mesmo países. A iniciativa visa ainda fomentar a inovação, diferenciação, competitividade e sustentabilidade dos empreendimentos associados, contribuindo para a inclusão produtiva, inovação e o desenvolvimento regional.
Segurança hídrica
O Arquipélago do Bailique, que reúne oito ilhas situadas a 180 quilômetros de Macapá, abriga 57 comunidades e é banhado pelo Rio Amazonas. O acesso é feito exclusivamente por embarcações, dificultando o fornecimento de suprimentos para a população.
Os moradores vivenciam dois problemas que comprometem a qualidade da água potável no arquipélago: a erosão das terras próximas às margens dos rios e o aumento da salinidade das águas dos mananciais.
O MIDR, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, planeja ações para minimizar o problema, como a implementação de sistemas de dessalinização, por meio do Programa Água Doce. A tecnologia permite o aproveitamento de águas subterrâneas que, de outro modo, seriam impróprias para o consumo e é utilizada com sucesso na região do semiárido brasileiro.
Em julho, Waldez Góes esteve no Rio Grande do Norte para ver de perto o funcionamento do sistema para replicar a ação em comunidades do Amapá. "Nós temos realidade hídricas muito diferentes neste Brasil de dimensão continental. Então, procuramos conhecer experiências tecnológicas já existentes e que sirvam para solucionar problemas que existem em outros locais. E, com isso, procuramos construir parcerias entre os governos. Essas trocas de experiência, essas parcerias são decisivas e recomendadas diariamente pelo presidente Lula”, destacou Waldez Góes na ocasião.
“O Amapá é um estado que, na foz do Amazonas, requer muito o uso desse tipo de tecnologia de dessalinização, uma vez que o Atlântico está salinizando bastante o arquipélago no Bailique, que tem mais de 60 comunidades e 18 mil pessoas vivendo com muita dificuldade em termos de água para consumo humano”, completou.
O objetivo do programa é estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização de águas no semiárido brasileiro, levando-se em consideração a característica da presença de sais nas águas subterrâneas desta região.