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Desenvolvimento Regional
Rotas da Integração Sul-americana vão impulsionar o desenvolvimento do Mato Grosso
O Mato Grosso é destaque na Rota. Das 190 obras previstas no Novo PAC, dez estão na unidade da federação. (Fotos: Washington Costa/MPO)
Brasília (DF) - Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, apresentaram em Cárcere, no Mato Grosso, nesta sexta-feira (21), a Rota de Rondon. A iniciativa faz parte do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, idealizado para incentivar e fortalecer o comércio do Brasil com os países da América do Sul, reduzindo o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil, seus vizinhos e a Ásia.
A rota do quadrante Rondon faz parte das cinco rotas de Integração Sul-Americana, projeto liderado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). Esta rota é formada pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso (MT), conectada com Bolívia e Peru. O Mato Grosso é destaque na Rota. Das 190 obras previstas no Novo PAC, dez estão na unidade da federação. A Rota ligará o MT a países da América Latina e ao comércio pelo Pacífico, contemplando novas oportunidades de negócio, desenvolvimento da economia e mais qualidade de vida para sua população. A rota terá 10 obras financiadas pelo novo PAC com um total de R$ 370 milhões em investimentos.
O ministro Waldez Góes reforçou a importância da criação das rotas. “A ministra Simone Tebet tem feito uma coordenação exemplar nas Rotas de Integração Sul-Americana. Nós, do MIDR, atuamos de forma integrada, com apoio muito forte na política de desenvolvimento regional, para que localidades menores e com menos oportunidades, como é o caso de Cárceres (MT), participem de toda estratégia da região Centro-Oeste na relação sul-americana, reduzindo desigualdades e melhorando efetivamente a qualidade de vida da população”, destacou.
Para a ministra Simone Tebet, a Rota irá fortalecer o estado ampliando as oportunidades de negócio, a competitividade e desenvolvendo, ainda mais, o setor produtivo do estado, tradicionalmente reconhecido pelo agronegócio dominante. “O Mato Grosso é o celeiro do Brasil. Junto com o Mato Grosso do Sul, produz um terço do que comemos hoje. A Rota possibilita que o estado tenha acesso mais rápido e mais barato para o mundo asiático e a países andinos, como é o caso do Peru, Chile e Bolívia. Significa emprego e geração de renda, possibilitando que regiões pobres, como é parte do Centro-Oeste, tenham a mesma qualidade de vida das regiões Sul e do Sudeste”, ressaltou Tebet.
Rotas de Integração Sul-Americana
As Rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano têm como foco principal formar uma vasta teia de conexões que irrigue e potencialize as relações da economia brasileira com a dos países vizinhos e, inclusive, com os mercados emergentes da Ásia Pacífico.
As cinco rotas são:
*Rota do Escudo Guianense, que inclui integralmente os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela;
*Rota Multimodal Manta-Manaus, contemplando inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;
*Rota de Capricórnio, desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile;
*Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.
Principais projetos de integração sul-americana em Mato Grosso
Construção da BR-174/MT
A ampliação da BR-174 em Mato Grosso, de acordo com o governo federal, representa um investimento necessário na infraestrutura viária. A rodovia integra uma importante área produtiva do noroeste de Mato Grosso com o sul de Rondônia, contribuindo para conectar as cidades de Colniza (MT) e Vilhena (RO).
Aeroporto de Cáceres/MT
Cáceres tem cerca de 95 mil habitantes e tem acesso à capital Cuiabá pela BR-070 e ao município boliviano de San Matías. A cidade também é cortada pela BR-174, que segue para Pontes e Lacerda (MT) e Vilhena (a 540 quilômetros). Cáceres também conta com uma opção hidroviária, pelo Rio Paraguai até Corumbá (MS). O aeroporto, na avaliação do governo federal, é um importante canal de acesso ao Pantanal.
BR-070/174/364/MT
O trecho, segundo o governo federal, facilita o acesso a áreas de produção em Mato Grosso e Rondônia. A obra promove melhoria da infraestrutura em uma região considerada altamente produtiva e exportadora – somente as cidades de Campo Novo dos Parecis (MT), Sapezal (MT) e Vilhena exportaram US$ 3 bilhões em 2023, sobretudo de soja, milho, algodão e carnes.
Construção de Infovia estadual MT
A obra, em execução, conecta 5 mil quilômetros de cabos de fibra óptica pelos municípios mato-grossenses de Juína, Parecis, Brasnorte, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nobres, Pontes e Lacerda, Jauru, Barra de Bugres, Cuiabá, Campo Verde, Jaciara, Rondonópolis, Alto Garças, Barra do Garças e Cáceres. A rede chega até a fronteira com a Bolívia.
Adequação da BR-070/MT
A BR-070 é classificada pelo governo federal como um importante corredor de integração nacional, conectando Brasília com Cáceres ao longo de 1,3 mil quilômetros. A adequação é no trecho em que a rodovia contorna Cuiabá e Várzea Grande (MT), buscando facilitar o fluxo de cargas, acelerar a circulação de veículos e contribuir para aumentar a competitividade dos produtos.
Aeroporto de Cuiabá/MT
Com cerca de 619 mil habitantes, a capital de Mato Grosso detém a maior produção agrícola do Brasil e é cortada pela BR-364. Destacam-se, como atrativos turísticos, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, construída em 1730, e a Chapada dos Guimarães. No Aeroporto Marechal Rondon, a concessionária prevê a conclusão das obras de ampliação e modernização do terminal ainda em 2024.
BR-163/MT - Divisa MT/MS - Sinop/MT
A BR-163 é considerada pelo governo federal como fundamental para a articulação de uma das regiões agrícolas mais produtivas e exportadoras do Brasil. São 800 quilômetros entre Ouro Branco do Sul (MT) e Sinop (MT), passando por Lucas do Rio Verde (MT) e Sorriso (MT). Em seguida, a carga segue para o norte.
Extensão da Malha Norte
Inaugurada em 1998, a Ferronorte tinha 500 quilômetros de comprimento, entre Santa Fé do Sul (SP), nas margens do Rio Paraná, e Alto Araguaia (MT). Em 2012, houve uma ampliação de 260 quilômetros, levando os trilhos até Rondonópolis (MT). O objetivo do atual projeto é adicionar 600 quilômetros na atual ferrovia, para conectá-la com o epicentro do agronegócio de Mato Grosso. O novo trecho incorpora os municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, além da capital.
EF-170 - Ferrogrão
O projeto prevê que a ferrovia, com quase mil quilômetros, conecte Sinop com o Porto de Miritituba, em Itaituba (PA). Seguindo um trajeto similar ao utilizado por caminhões na BR-163, a finalidade é tornar menos demorado, menos custoso e menos poluente o escoamento de grãos do Centro-Oeste pelos portos do Arco Norte. Atualmente, metade das exportações mato-grossenses de soja e milho sai do Brasil pelos terminais de Belém, Santarém (PA), São Luís e Santana (AP).
BR-163/MT/PA - Sinop/MT - Miritituba/PA
Este trecho da rodovia, segundo o governo federal, tem a função de escoar grande parte da produção de grãos do Centro-Oeste ao longo de mil quilômetros até o Porto de Miritituba, na cidade de Itaituba (PA), nas margens do Rio Tapajós. Em seguida, as cargas seguem por via fluvial até o Rio Amazonas e, então, para o Oceano Atlântico.