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Programa Águas Brasileiras: dez empresas formalizam parceria para financiar revitalização de bacias hidrográficas
Os projetos selecionados no edital do Programa Águas Brasileiras contemplam mais de 250 municípios de 10 estados. Foram escolhidos 16 projetos para a Bacia do Rio São Francisco (foto), dois para a do Rio Parnaíba, dois para a do Rio Taquari e seis para a do Rio Tocantins-Araguaia (Foto: Divulgação)
Brasília (DF) – No Dia Mundial da Água, comemorado nesta segunda-feira (22), dez empresas anunciam parceria com o Governo Federal para patrocinar ações do Programa Águas Brasileiras. As organizações irão aportar recursos em projetos de revitalização das principais bacias hidrográficas do País. O compromisso será anunciado em evento no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da Agricultura, Tereza Cristina, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, e da Controladoria-Geral da União, Wagner do Rosário.
“Apoiar a agenda de revitalização de bacias hidrográficas é parte da estratégia de sustentabilidade de muitas empresas brasileiras que associam o patrocínio de projetos à sua atividade econômica e ao ganho de imagem junto à sociedade. Além disso, a agenda verde permite o acesso a mercados consumidores e financeiros que são hoje fortemente influenciados por questões ambientais e sociais. O que nós estamos fazendo é buscar e selecionar projetos que atendam estrategicamente as áreas que mais precisam de intervenções para garantir que a água, nosso principal diferencial estratégico, continue disponível em qualidade e quantidade suficientes para a população”, ressalta o ministro Rogério Marinho.
No evento, as empresas Anglo American, Rumo Logística, Ambev, MRV Engenharia, Stone, Vale S.A, Engie Brasil, Bradesco, Caixa e JBS formalizarão a adesão. Outras companhias interessadas em conhecer melhor as iniciativas podem procurar diretamente a Assessoria Especial do MDR, por meio do e-mail assessoriaespecial@mdr.gov.br, para agendar uma apresentação.
No total, 26 propostas, de 48 inscritas em edital, foram selecionadas pelo Programa Águas Brasileiras. Elas contemplam mais de 250 municípios de 10 estados e visam o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os usos múltiplos. Foram escolhidos 16 projetos para a Bacia do Rio São Francisco, dois para a do Rio Parnaíba, dois para a do Rio Taquari e seis para a do Rio Tocantins-Araguaia. Desde dezembro, o MDR vem apresentando o Programa Águas Brasileiras para as empresas. A lista completa dos projetos selecionados está disponível neste link.
“Nossa meta é viabilizar, com a iniciativa, o plantio de 100 milhões de árvores nas quatro bacias hidrográficas prioritárias. Essa ação é essencial para a recomposição das matas ciliares e para a proteção das áreas de recarga de nascentes”, destaca Rogério Marinho.
As ações do Programa contemplam os seguintes eixos temáticos: manejo florestal sustentável; proteção e recuperação de áreas de preservação permanente, prioritariamente de nascentes, e de áreas de recarga de aquíferos; implantação de sistemas agroflorestais; contenção de processos erosivos; soluções sustentáveis de saneamento no meio rural e reuso de água no meio urbano; técnicas de engenharia natural para infiltração da água com comprovados benefícios ambientais; ações que levem à redução da criticidade hídrica; e economia circular da água.
Desde dezembro, o MDR vem apresentando o Programa Águas Brasileiras com o objetivo de mobilizar e engajar as empresas que têm compromissos com a agenda da sustentabilidade, possibilitando que elas possam agregar valor às suas atividades por meio do apoio a práticas sustentáveis em prol da proteção das águas brasileiras.
Entre as vantagens para as empresas que financiarem os projetos estão: inclusão de elementos ASG (ambiental, social e governança corporativa) na cultura organizacional e no seu posicionamento no mercado; geração de valor pela transição para uma atuação resiliente; agregação de valor às cadeias produtivas por meio de práticas sustentáveis; adaptação dos modelos de negócio à economia de baixo carbono; e possibilidade de certificação e comercialização de créditos de carbono decorrentes dos projetos de revitalização, permitindo a redução ou mitigação das emissões de carbono das empresas, no âmbito do mercado voluntário.
Além disso, as empresas participantes receberão o Selo Aliança pelas Águas Brasileiras, que simboliza a atuação dos parceiros na proteção das águas do País. Na estampa está o pato-mergulhão – embaixador das águas brasileiras e uma das aves mais ameaçadas de extinção das Américas, que vive e se reproduz apenas em rios e cursos d’água extremamente limpos. A ave é considerada um bioindicador ambiental, pois onde é encontrada, há certeza de qualidade dos mananciais e da preservação. Atualmente, estima-se que a população da ave é de apenas 250 indivíduos, localizados principalmente nas bacias hidrográficas do São Francisco, Tocantins e Paraná.
Seminário on-line
A partir de segunda-feira (22), será promovido também o Seminário Águas Brasileiras. O objetivo é discutir sobre a importância e os desafios da revitalização das bacias hidrográficas e outros temas relacionados. A abertura do seminário virtual está marcada para segunda-feira (22), às 15h. As atividades continuam nos dias 23 e 24 de março e podem ser assistidas, sem necessidade de inscrição prévia, neste link.
Saiba mais
O objetivo do Programa Águas Brasileiras é revitalizar as principais bacias hidrográficas brasileiras, garantir água em quantidade e qualidade para a população e atrair investimentos privados para projetos de recuperação e preservação de áreas degradadas em diversas partes do País.
Entre as ações a serem desenvolvidas estão recuperação de áreas degradadas; recomposição de matas ciliares e preservação de nascentes para o aumento da quantidade e da qualidade da água; manejo florestal sustentável; proteção e recuperação de áreas de preservação permanente, prioritariamente nascentes e áreas de recarga de aquíferos; implantação de sistemas agroflorestais; soluções sustentáveis de saneamento e reuso de água; e economia circular da água e outras ações voltadas para a promoção do desenvolvimento regional.
A iniciativa, lançada em dezembro de 2020, também visa avançar nos mecanismos de conversão de multas ambientais e pagamentos por serviços ambientais e aprimorar medidas de gestão e governança que garantam segurança hídrica em todo o País. Além disso, ações de conscientização da sociedade em relação a uma mudança de mentalidade sobre a disponibilidade da água, mostrando que, se não houver cuidado, há risco real de desabastecimento, prejudicando a qualidade de vida e a economia deverão ser realizadas.
O programa reúne, além do MDR, os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Meio Ambiente (MMA), da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Controladoria-Geral da União (CGU), estados e municípios.