Na Alemanha, governo brasileiro encerra missão para aprimorar gestão de risco de desastres

Brasília (DF) – Na etapa final da missão do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) na Europa, o secretário-executivo Valder Ribeiro visitou a Alemanha nesta segunda-feira (2) para conhecer a gestão integral de riscos e desastres do governo alemão. Acompanharam a visita o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, e a assessora internacional do MIDR, Renata Carvalho.

A delegação teve a oportunidade de conhecer o trabalho do Escritório Federal de Proteção Civil e Assistência em Desastres (BBK) e da Agência Federal de Assistência Técnica (THW), que atua na mobilização de voluntários em casos de desastres naturais e acidentes. Por muito tempo, o serviço voluntário dentro da Defesa Civil da Alemanha foi uma alternativa ao serviço militar obrigatório, mobilizando vários jovens.

Assim como o Brasil, a Alemanha é um país federativo, onde os governos regionais possuem bastante autonomia, o que exige um esforço adicional por parte do governo federal na gestão de riscos e na resposta aos desastres. O país tem enfrentado de forma cada vez mais frequente inundações e escassez de água.

Na cidade de Bonn, a delegação brasileira também se reuniu com o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), Animesh Kumar. No encontro, foi discutida a possibilidade de atuação conjunta na correlação entre as agendas de mudanças climáticas e de redução de riscos de desastres. Representantes do MIDR ainda tiveram a oportunidade de conhecer a estratégia de logística no uso de helicópteros em diferentes tipos de desastres e visitar a fábrica da Airbus, em Donauwörth.

Com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a delegação brasileira também visitou a França e a Itália. A missão faz parte do compromisso do presidente Lula para reestruturar a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) e fortalecer o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC).

O secretário Valder destacou o resultado positivo da missão. “O MIDR tem como principal competência a contribuição para a redução das desigualdades. Por isso, todas as experiências foram vistas no sentido de proteger as pessoas e criar mais resiliência para as economias locais”, afirmou.

Na França, o secretário ressaltou a experiência de regionalização do sistema e a competência para gerir, com meios próprios, avaliações de risco efetivas, se antecipando aos desastres. “Na Itália e na Alemanha, destaco o trabalho com voluntários e o sistema de capacitação dessas pessoas. Na Alemanha, também chamou atenção a relevância das operações militares como parte do sistema de defesa civil local”, completou Valder.

De acordo com o secretário, o Brasil é um País continental e as mudanças climáticas têm apresentado desafios cada vez maiores, como, por exemplo, enchentes e secas extremas. “O SINPDEC precisa ter a capacidade, inclusive em termos de financiamentos, para atuar cada vez mais na prevenção e não apenas na resposta, conforme previsto no Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, que será lançado em breve pelo presidente Lula”, concluiu.

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