Notícias
Desenvolvimento Regional
Ministro Waldez Góes recebe governadores para firmar compromissos de infraestrutura nos estados
Reunião entre Governo Federal e o Governo do Amazonas debate ações para minimizar impactos da estiagem na região (Foto: Márcio Pinheiro/MIDR)
Brasília (DF) – O ministro Waldez Góes recebeu o governador do Amazonas, Wilson Lima, nesta quarta-feira (3), no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O governador levou sua preocupação ao Governo Federal com relação à estiagem. Em 2023, o fenômeno foi considerado o pior da história do estado e o receio é que neste ano a situação seja ainda pior. Como forma de prevenção e alinhamento, o chefe do executivo do estado nortista se reuniu também com o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, que representou a ministra Marina Silva, na ocasião.
“Por muito tempo, o Governo Federal ficava esperando os prefeitos e governadores irem até eles para conseguir receber apoio. Passavam-se meses e meses para que as cidades tivessem decretadas suas situações de emergência. A partir daí, o Governo Federal pode ajudar, de forma transversal, com diversas pastas a mitigar a situação”, comentou o ministro Waldez. E ressaltou: "A máxima do governo do presidente Lula, em situações de desastres, é promover ações concretas nos estados e municípios, diretamente com a população, para decretarmos a situação de emergência e aprovarmos o quanto antes os planos de trabalho, sejam quantos forem".
Waldez Góes reforçou que vem sempre conversando com o governador Wilson Lima, com a ministra Marina Silva, e com outros ministros que tiverem políticas públicas que possam contribuir com o estado do Amazonas.
“Acho fundamental essa reunião porque planejar e organizar são fundamentais para tornar mais eficiente nossa ação, pois a gente já começa a fazer um monitoramento e vamos fazendo o que está ao nosso alcance. Nós temos brigadistas em um volume bastante considerável e estamos contratando ainda mais para treinarmos e ajudar, tanto à Defesa Civil Nacional quanto ao Corpo de Bombeiros, em ações de respostas”, disse Capobianco.
“Com apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), que faz parte do Ibama, nós temos conseguido diminuir os desmatamentos. Já temos um programa do fundo Amazônia para o estado do Amazonas. Tudo isso é uma ação de parceria. O Ministério do meio Ambiente está inteiramente solidário a uma boa parte das ações, que acaba sendo responsabilidade nossa, queremos é resolver o problema do fogo e, principalmente, o problema que leva ao aumento da temperatura, que faz com que agora a gente tenha essas estiagens terríveis. A nossa maior contribuição para isso tem sido a diminuição do desmatamento”, enfatizou. “O que queremos é um trabalho conjunto, integrado, olhando para o problema nas causas, na questão da emergência e nas soluções de médio e longo prazo”, completou.
“No ano passado, como vocês bem sabem, nós tivemos um episódio em que nós nunca imaginaríamos que fosse ocorrer. Quer dizer, em algum momento a gente teria, mas a gente não imaginaria que seria isso no ano passado. Até junho de 2023, os rios apresentavam condições de normalidade que nos indicavam que nós teríamos uma seca, teríamos uma estiagem, mas não a ponto de comprometer, por exemplo, a navegação, comprometer a entrada de navios, trazendo na terra-prima e saindo com produtos acabados”, lembrou o governador Wilson Lima.
“Isso fez com que nós estivéssemos também outros problemas, como a questão da necessidade de ajuda humanitária, pessoas com dificuldade para ter acesso aos alimentos e à água. Na mesma forma que nós tivemos uma atividade de desmatamento de queimada muito intensa. O estado do Amazonas - e Manaus, especificamente - chegou a ter um dia o ar mais poluído do planeta. É um negócio que nunca tinha acontecido. Agora estamos com medo de 2024 ser ainda pior. Pode ser que isso não aconteça, mas a gente vai mostrar aqui alguns números, no sentido de que, por exemplo, o nível do rio está abaixo. O Rio Negro está abaixo do nível do ano passado. Então isso nos preocupa muito”, completou o governador Wilson Lima.
Empreendimentos hídricos
O ministro Waldez Góes recebeu também a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, para tratar de assuntos relativos a empreendimentos hídricos em construção no estado potiguar. “Recebemos equipes do ministério e de vinculadas, como o Dnocs, e estamos satisfeitos com o que vem sendo feito. Entre 2019 e 2022, o Governo Federal jogava contra. Agora, estamos aqui para discutir os próximos passos e vermos quando algumas delas poderão ser concluídas ainda neste ano”, destacou a governadora Fátima Bezerra.
“É um compromisso histórico do presidente Lula levar água para os que mais precisam, principalmente, para o semiárido brasileiro. Prova disso é que dentro do Novo PAC tem um eixo chamado Água Para Todos, que é voltado para segurança hídrica em todo o país”, enfatizou o ministro Waldez Góes.
Localizada na cidade de Jucurutu, a Barragem de Oiticica, considerada essencial para a segurança hídrica do estado, é uma das obras incluídas no PAC, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porta de entrada das águas do São Francisco no Rio Grande do Norte, a Barragem está em fase final de construção e, quando finalizada, vai garantir o abastecimento de 330 mil pessoas em oito cidade potiguares. A execução das obras já está em 96% e teve investimento de mais de R$ 750,9 milhões.
O Projeto Seridó irá garantir segurança hídrica a cerca de 300 mil pessoas em 24 cidades potiguares, com a implantação de sistemas adutores para captação de água em reservatórios já existentes no sul da região, atendendo a pequenas demandas, e para retirada e transferências de água armazenada nas barragens de Oiticica e Armando Ribeiro Gonçalves.
Já a Barragem Passagem das Traíras é uma das mais importantes do Rio Grande do Norte e tem capacidade para armazenar até 50 milhões de metros cúbicos de água. Ela integra o conjunto de barragens da Bacia do Rio Piranhas-Açu e está em operação desde 1995. As obras estão com 94% em andamento e foram investidos R$ 25,7 milhões.
Por fim, foram debatidas ações no Ramal do Apodi. Hoje, 53,7% de sua execução já foi concluída. Estrutura integrante do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), a infraestrutura será concluída em 2025. No Rio Grande do Norte, o ramal receberá o túnel Major Sales, com 6,3 quilômetros de extensão, ligando o estado à Paraíba.
Bacia do Parnaíba
Ainda na manhã desta quarta (5), o ministro Waldez também recebeu o presidente do Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis (IBRACHICS), André Gomyde. Durante o encontro, discutiram-se possíveis parcerias para o desenvolvimento de projetos relacionados a cidades inteligentes, visando não apenas à melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas, mas também a mitigação de perdas por meio de sistemas avançados de gerenciamento de desastres ambientais.
Encerrando o compromissos desta quarta (5), participou de reunião com o governador do Piauí (PI), Rafael Fonteles, para discutir importantes projetos de recursos hídricos relacionados à bacia do Parnaíba. Entre os assuntos abordados, destacou-se a necessidade de revitalização da bacia do Rio Parnaíba, visando garantir o fluxo adequado em seu leito. Essa iniciativa não apenas promoverá a navegabilidade na região, impulsionando o desenvolvimento regional, mas também facilitará o escoamento da produção de grãos e minério piauiense.