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MIDR recebe a organização da Marcha das Margaridas e apresenta formas de contribuição ao movimento
Ministério recebeu a organização da Marcha das Margaridas e apresentou formas de contribuição ao movimento. (Foto: Márcio Pinheiro/MIDR)
Brasília (DF) – O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional recebeu, nesta sexta-feira (21), a coordenação da Marcha das Margaridas para ouvir as reivindicações das produtoras rurais que poderão ter a contribuição do MIDR em suas ações. A Marcha das Margaridas, que neste ano completa 23 anos, será realizada entre os dias 15 e 16 de agosto e deverá ter a participação de mais de 100 mil mulheres.
Para o secretário-executivo do MIDR, Valder Ribeiro, o ministério está sempre aberto e receptivo para as pautas que envolvem o desenvolvimento das produtoras rurais.
“Esse é um tema tratado com muito carinho aqui no ministério: o desenvolvimento regional que tem ativa participação das mulheres”, destacou o secretário.
Segundo a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais, o diálogo com o MIDR tem um papel muito importante para a Marcha.
“Para nós, margaridas, é muito importante essa articulação. O ministério tem muito a ver com os eixos temáticos propostos pela marcha. Nossa pauta está estruturada em 13 eixos e praticamente todos estão ligados ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional”, destacou Mazé Morais.
Os 13 eixos temáticos são os seguintes: Democracia participativa e soberania popular; Poder e participação política das mulheres; Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e sua sexualidade; Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática; Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos marítimos; Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns; Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda; Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária; Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação no campo; Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
Durante o encontro, a presidente do Comitê Permanente de Gênero, Raça e Diversidade do MIDR, Natália Mori, destacou a relevância das pautas apresentados pela Marcha das Margaridas.
"Dentro das nossas ações e projetos, também levantamos esse debate. O próprio Comitê Permanente de Gênero, Raça e Diversidade propõe ações que promovam o empoderamento das mulheres e da juventude nos processos de inclusão produtiva e geração de emprego e renda no campo", afirmou.
Um dos projetos do MIDR nessa área são as Rotas de Integração Nacional, que buscam fortalecer sistemas produtivos já existentes ou potenciais, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto, ganhem escala e possam comercializar com outras localidades, estados e até países.
Atualmente, há 11 Rotas reconhecidas pelo MIDR: do Açaí, da Biodiversidade, do Cacau, do Cordeiro, da Economia Circular, da Fruticultura, do Leite, do Mel, da Moda, do Pescado e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
Entre as pautas que os representantes do MIDR poderão contribuir dentro das demandas apresentadas pela Marcha estão a aumento da segurança hídrica e o microcrédito para mulheres.
“Voltamos com o decreto de irrigação que estava parado há muito tempo na Casa Civil. Em irrigação, a gente aproveita 8% do potencial que existe neste país, mas que pode chegar a 55% só com a atuação do poder público”, informou o secretário-executivo, Valder Ribeiro.
O secretário-executivo acrescentou, ainda, que o Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), vinculado ao MIDR, aprovou, no início de julho, a proposta da Pasta que autoriza a criação de uma linha de microcrédito, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
O foco são empreendedores urbanos e rurais com renda bruta anual de até R$ 360 mil e incluem também condições favoráveis de carência, prazo e limite para financiamentos concedidos a empreendimentos controlados e dirigidos por mulheres. A medida é válida para todas as linhas de financiamento com recursos do FCO.
O que é a Marcha das Margaridas?
A Marcha das Margaridas é a maior ação política de mulheres da América Latina, com protagonismo das mulheres do campo, da floresta e das águas. Nesta 7ª edição, a meta é reunir mais de 100 mil mulheres do campo, das florestas, das águas e das cidades de todos os estados brasileiros e de outros países, em Brasília/DF, nos dias 15 e 16 de agosto.