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MDR busca ferramentas para reduzir impacto ambiental na construção de moradias
Brasília (DF) – O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) trabalha na produção de ferramentas que possibilitem construir moradias mais sustentáveis e com menor impacto ambiental. Para isso, a Pasta criou um Grupo de Trabalho (GT) com representantes do setor de construção civil. Desde maio deste ano, os participantes vêm debatendo o tema e buscando soluções que possam integrar o Plano Nacional de Habitação (PNH) e serem aplicados nos projetos habitacionais do Programa Casa Verde e Amarela, do Governo Federal.
O GT atua com foco em três eixos principais: materiais sustentáveis, eficiência energética e eficiência hídrica. Segundo a secretária executiva do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH), Rhaiana Santana, dois projetos com foco em uso e desperdício de materiais têm avançado.
"Tem o projeto do Sidac (Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção), que visa fazer um cálculo de emissão de carbono de geração de energia desde a extração dos materiais de construção”, conta Rhaiana. “E o outro é a Pegada Hídrica, para poder calcular quanto de água é gasto desde a extração dos materiais até o final da construção da edificação", completa.
Por meio de ações como essas, o Governo Federal espera reduzir os impactos ambientais provocados pela construção civil em todas as etapas do processo. A coordenadora executiva do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Clarice Degani, explica como as ações do Sidac podem auxiliar o MDR no melhoramento da sustentabilidade das obras habitacionais.
"A existência de um sistema de informação do desempenho ambiental da construção é capaz de revelar os impactos ambientais associados aos materiais e orientar especificações e compras mais assertivas, baseada em indicadores”, informa Clarice. “O Sidac disponibilizará uma base de dados de indicadores e interfaces de submissão de dados e consulta dos indicadores de materiais, que poderão ser agregados em sistemas construtivos e prediais, inclusive permitindo a avaliação do desempenho ambiental de edifícios", destaca.
Na etapa inicial, estão sendo tratados os indicadores de consumo de energia e os de emissão de gás carbônico, associados aos materiais nas fases de extração de recursos e extração.
Pegada Hídrica
Virgínia Sodré, diretora técnica da Infinitytech, empresa de consultoria com foco de atuação em águas, explica como a Pegada Hídrica também pode contribuir na redução do desperdício de água, auxiliando o MDR em construções mais sustentáveis.
"Eu preciso, como construtor, como incorporador, ter essa responsabilidade sobre os produtos que compro. Toda a cadeia produtiva depende de como eu escolho meus produtos. Se eu escolho produtos que são mais eficientes, com menor pegada hídrica, com certeza isso vai impactar numa obra com menor pegada hídrica e, com certeza, vou ser uma empresa mais sustentável, que vou buscar comprar de empresas que também se preocupam com o meio ambiente”, afirma Virgínia. “É uma cadeia que a gente tem que pensar desde a exploração da matéria prima, a produção daquele insumo e como adquiro aquele insumo e uso na minha obra", completa. A Pegada Hídrica é uma plataforma de cálculo de uso da água, cuja metodologia indica não apenas o seu uso direto por um consumidor ou produtor, mas, também, seu uso indireto.
Premiação Concurso de Habitação
O tema sustentabilidade tem sido uma das prioridades no MDR. No fim de junho, em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), a Pasta premiou os vencedores do Concurso Habitação de Interesse Sustentável.
Lançado em março deste ano, a iniciativa reuniu projetos arquitetônicos de habitações de interesse social inovadores, sustentáveis e que possibilitassem redução do consumo de energia. Os três projetos vencedores serão implantados em terrenos a serem selecionados por meio de concorrência pública.