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Grupo de Trabalho entrega em Belém soluções contra desastres
Ministro Waldez explica que os compêndios reúnem experiências de diferentes continentes. (Foto: Márcio Pinheiro/MIDR)
Brasília (DF) – O lançamento de seis compêndios para orientar a gestão de riscos em casos de eventos extremos marcou o segundo dia do encontro presencial do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20 em Belém, no Pará. O grupo é coordenado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) com apoio do Ministério das Cidades. Nesta quinta-feira (31), a declaração ministerial referente ao compromisso global com o tema também foi acordada entre os países membros e convidados do G20.
O conjunto de publicações destinado a fortalecer as práticas globais de resiliência a desastres, com foco especial nas populações vulneráveis e nas infraestruturas críticas, foi resultado de uma série de debates entre autoridades internacionais e representantes de movimentos sociais e da sociedade civil organizada.
Desenvolvidos com a colaboração do Escritório das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres (UNDRR), Coalizão para Infraestruturas Resilientes a Desastres (CDRI), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os compêndios oferecem diretrizes fundamentais e estudos de casos que servirão de referência para as nações.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, comemorou a declaração ministerial acordada pelos países do GTRRD e o lançamento das publicações. “A declaração ministerial garante os compromissos do G20, dos países convidados e dos organismos internacionais. Queremos uma governança que fique muito atenta à questão da diminuição das desigualdades e das vulnerabilidades, alerta precoce, financiamentos e, também, soluções baseadas na natureza, além de focarmos nas estruturas resilientes”, disse Waldez.
“Vários organismos internacionais e estudiosos nos ajudaram a compilar experiências de vários continentes, está tudo resumido em seis compêndios. Essas publicações deverão orientar os países membros e convidados e toda a comunidade internacional que tiver compromisso com a política pública da Redução de Riscos de Desastres (RRD). A principal missão é salvar vidas”, completou o ministro.
O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil do MIDR, Wolnei Wolff, afirmou que “as publicações representam um avanço significativo na construção de resiliência e inclusão, oferecendo diretrizes e exemplos práticos para orientar países na formulação de suas próprias políticas”. Wolnei ressaltou ainda que as autoridades enfatizaram a importância de traduzir os documentos em ações concretas. “As boas práticas e diretrizes apresentadas refletem um compromisso global com a construção de sociedades mais seguras, justas e resilientes”, concluiu.
Confira os seis compêndios lançados nesta quinta-feira:
1. Engajamento de pessoas em situação de vulnerabilidade
O compêndio oferece diretrizes para garantir que grupos vulneráveis, como idosos, pessoas com deficiência, mulheres e crianças, sejam incluídos nos planos de preparação e resposta a desastres.
2. Infraestrutura resiliente a desastres
Criado em parceria com a CDRI, o compêndio destaca modelos de infraestrutura que suportam condições extremas. O texto ressalta a importância de políticas inclusivas que abordam vulnerabilidades sociais e econômicas, com foco nas populações em risco. O Brasil, por exemplo, conecta a redução de riscos ao combate à fome e à pobreza, priorizando uma agenda de longo prazo para minimizar perdas e promover desenvolvimento equitativo.
3. Soluções baseadas na natureza
Com apoio da Unesco, o documento explora soluções sustentáveis para a mitigação de riscos, como o uso de barreiras naturais contra inundações e o reflorestamento. O compêndio aborda o uso de soluções baseadas na natureza para a redução do risco de desastres e adaptações ecológicas em diversos contextos globais.
4. Recuperação inclusiva e resiliente
Desenvolvido com a UNDRR, o compêndio traz orientações sobre a recuperação das cidades após os desastres de forma inclusiva e equitativa, com foco na redução das desigualdades.
5. Sistemas de Alerta Precoce
Em parceria com a OMM, o documento aborda os sistemas de alerta precoce e destaca a importância de tecnologias e estratégias que alertem a população com antecedência.
6. Abrigamento de crianças, mulheres, adolescentes e pessoas em situação de risco
Com a participação da Unicef, o compêndio fornece orientações para a criação de espaços de abrigo seguros e inclusivos. O documento define diretrizes para que esses grupos vulneráveis sejam protegidos e atendidos de maneira adequada em abrigos temporários.
Prioridades
O Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 adotou seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. São elas:
Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
Estratégias de financiamento para redução do risco de desastres;
Recuperação, reabilitação e reconstrução em caso de desastres;
Soluções baseadas na natureza.
Presidência do Brasil
Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.
A logomarca da presidência brasileira, com as cores das bandeiras dos países-membros, destaca o dinamismo e multilateralismo com que o Brasil aborda as questões mundiais.
Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, a atual presidência traz o compromisso e o desejo do Brasil em promover o desenvolvimento econômico e social global.
G20
O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais. Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
Confira os compêndios acessando o código abaixo:
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