Notícias
Força-tarefa do Governo Federal vai apoiar o Amazonas a enfrentar maior estiagem já registrada no estado
Em reunião nesta terça-feira, o Ministro Waldez Góes informou que será criada uma força-tarefa com participação de diversos ministérios e órgãos federais para auxiliar a população amazonense a enfrentar os transtornos causados pela falta de chuvas (Foto: Márcio Pinheiro/MIDR)
Brasília (DF) – O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, garantiu, nesta terça-feira (26), que o Governo Federal dará todo o apoio necessário ao Amazonas, que se prepara para enfrentar a maior estiagem já registrada no estado. Em reunião com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o governador Wilson Lima, Waldez informou que será criada uma força-tarefa com participação de diversos ministérios e órgãos federais para auxiliar a população amazonense a enfrentar os transtornos causados pela falta de chuvas.
A expectativa do governo do Amazonas é de que a estiagem afete a distribuição de água e de alimentos para cerca de 500 mil pessoas no estado. No Norte do País, o transporte é feito principalmente por via fluvial e a falta de chuvas deve fazer com que vários rios fiquem intransitáveis. Já há casos de municípios isolados. Até o momento, 13 cidades já declararam situação de emergência e a previsão é que, até o fim do próximo mês, 59 dos 62 municípios do estado estejam nessa situação.
O ministro Waldez Góes enfatizou que a prioridade, no momento, é a ajuda humanitária. “Vamos estabelecer uma força-tarefa que vai contar com dezenas de ministérios e, junto ao governo do estado do Amazonas e as prefeituras, vamos entregar alimento, água, kits de higiene, itens de saúde e tudo o que está relacionado à sobrevivência das pessoas. A Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil irão apoiar toda a logística de entrega desses mantimentos", informou.
"Seguimos rigorosamente a legislação para liberar recursos para atender os municípios afetados. Aqui a gente trabalha em tempo real, sábado, domingo, feriado. O que for preciso fazer em termos de recursos e apoio ao governo do estado para apoiar a população, nós o faremos", garantiu o ministro. Segundo o governador Wilson Lima, a população do Amazonas deve necessitar, durante a estiagem, de cerca de 300 mil cestas básicas.
Outra demanda apresentada pelo governador Wilson Lima é o apoio do Governo Federal no combate aos incêndios florestais, que são comuns na região durante o período de estiagem. “Nós já registramos algo em torno de 1300 focos de queimada, sobretudo na Região Metropolitana de Manaus e no sul do Amazonas, próximo às divisas com os estados do Acre e Rondônia. Estamos em campo com cerca de 300 pessoas, entre bombeiros, integrantes das defesas civis municipais e brigadistas”, afirmou Lima.
Dragagem de rios
"O suporte do Governo Federal é muito importante para nós. Além dos aspectos da ajuda humanitária, o desmatamento e as queimadas, temos que nos preocupar também com a atividade econômica, que fica comprometida por conta da dificuldade da passagem de balsas e grandes embarcações pelo Rio Madeira. Com a força-tarefa, é possível caminhar e entender pontualmente que tipo de ajuda e em que momento ela será disponibilizada", observou o governador.
Em reunião, também nesta terça-feira, entre os ministros Waldez Góes, Renan Filho (Transportes) e Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), foram autorizadas obras de dragagem emergencial em um trecho de oito quilômetros do Rio Solimões e de dois pontos críticos na Região do Tabocal e Foz do Rio Madeira, próximo a Manaus. O investimento nas duas obras será de R$ 141 milhões.
A ministra Marina Silva ressaltou que desastres de grandes proporções devem se tornar mais comuns nos próximos anos. “Infelizmente, essa vai ser a realidade do Brasil devido à mudança do clima. Os eventos no Amazonas e no Rio Grande do Sul estão potencializados por esse motivo. Assim, não podemos agir só no emergencial, precisamos elaborar um plano de prevenção. Estamos tratando estruturalmente dessa questão, junto aos ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional, das Cidades e da Ciência e Tecnologia. Isso não existe no mundo, o Brasil será pioneiro”, destacou.
“Nesses primeiros oito meses de governo, já conseguimos uma redução de desmatamento de 48% e uma redução de queimadas de 25% no estado do Amazonas. Nos municípios que mais desmatam, nós estamos fazendo um trabalho focado, com bioeconomia, fazendo o processo de regularização fundiária, onde é possível fazer essa regularização, e incentivando o aumento de produção por ganho de produtividade e não mais por expansão predatória da fronteira agrícola", detalhou a ministra.