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Enchente no Rio Grande do Sul vira debate na Indonésia
Secretário Giuseppe participa de debates e diz que o planeta está solidário ao Rio Grande do Sul (Foto: Bia Reis)
Brasília (DF) – As mudanças climáticas cada vez mais drásticas em todo o planeta foram debatidas no 10º Fórum Mundial da Água, nesta quarta-feira, 22 de maio, em Bali, na Indonésia. Governantes do mundo inteiro, presentes no evento, mostraram-se preocupados com o futuro. Um dos assuntos mais falados foi a enchente no Rio Grande do Sul, iniciada no início deste mês.
“Um dos painéis que participei foi organizado pelo Banco do Mundial, onde foi apresentado um relatório dentro da temática de água para a prosperidade e a gente pode apresentar as iniciativas do governo brasileiro, principalmente com relação aos eventos hidrológicos extremos. Houve uma sensibilização muito grande aqui com relação a tudo que está ocorrendo no Rio Grande do Sul e a gente apresentou tudo que o Governo Federal tem feito para garantir o atendimento da forma mais rápida possível”, explicou o secretário Nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Giuseppe Vieira.
O Conselho Latino-americano da Água deverá iniciar seus trabalhos em agosto, em reunião em Foz do Iguaçu, no Paraná, e vai trazer grandes perspectivas para uma melhor gestão das águas na América Latina, em especial, as águas transfronteiriças. Giuseppe reforçou que o ministro Waldez Góes não está presente no Fórum Mundial da Água por fazer parte da Força-Tarefa do Governo Federal para responder aos desastres no Rio Grande do Sul.
“Durante os três dias de evento de um evento desse porte, fiquei satisfeito, como um dos representantes do Governo Federal, por termos recebido muito das entidades internacionais, de organismos de colaboração internacional, mostrando solidariedade ao Rio Grande do Sul. Agradecemos as condolências pelas vidas perdidas”, emocionou-se o secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira. “Além disso, os representantes dos mais diversos países do mundo mostraram preocupação com eventos futuros também”, completou
Agricultura Irrigada
A diretora do Departamento de Irrigação do MIDR, Larissa Rêgo, participou de um painel, onde apresentou a situação da agricultura no Brasil. “Nós somos o sexto país com a maior área irrigada no mundo, com oito milhões de hectares de áreas irrigadas, podendo triplicar essa área, de maneira sustentável, nos próximos anos. Estudo realizado pela USP/Esalq aponta que o Brasil pode triplicar a área irrigada sem desmatar e protegendo os biomas do Brasil. Há um estudo realizado pela FAO que evidencia o aumento da população mundial, e também da intensificação de efeitos climáticos severos sobre a produção", comentou Larissa.
“Nós estamos planejando formas de dar segurança alimentar para a população brasileira e, também, mundial, considerando que o Brasil é o maior produtor e exportador de soja e maior produtor de café do planeta. Diante deste cenário, temos condições de ter até três safras sem abrir novas fronteiras agrícolas”, reforçou a diretora.
“Cerca de 70% do arroz da colheita do arroz no Brasil está no Rio Grande do Sul. Nós temos dois polos de agricultura no estado e temos dialogado com o setor no sentido de apoiar o escoamento de alimentos no estado do Rio Grande do Sul. Em uma das ações em curso estamos trabalhando na estruturação de convênio para a reconstrução de pontes no polo de irrigação para apoiar os produtores na logística de escoamento dos produtos, após as cheias”, completou a diretora de Irrigação, Larissa Rêgo, com ampla experiência em irrigação, de forma sustentável.
Troca de experiência
Giuseppe Vieira também participou da Comissão Econômica das Nações Unidas Voltadas para a Europa, organizada pela Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico. “Mesmo sendo voltada para a Europa, eles buscaram o Brasil para trocar experiências sobre gestão de recursos hídricos transfronteiriços. Essa comissão mostra preocupação com a governança da água e de empreendimentos hídricos, mostrando a importância e eficiência do nosso país na gestão desse bem precioso”, comentou. “Ficamos acordados de estarmos sempre dialogando para estarmos trocando experiência".