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Em parceria com o Google, Defesa Civil Nacional lança nova ferramenta de emissão de alertas no Brasil
Brasília (DF) – O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), em parceria com o Google, lançou oficialmente, nesta terça-feira (7), uma nova ferramenta de emissão de alertas no Brasil, a partir da navegação dos internautas na busca do Google ou no Google Maps. A iniciativa da Defesa Civil Nacional, por meio do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), é mais um canal de informação para a população se proteger de possíveis ocorrências.
A partir do cadastro na Interface de Divulgação de Alertas Públicos (Idap), as defesas civis estaduais e municipais podem enviar diversos alertas por meio de SMS, Telegram, TV por assinatura e, agora, oficialmente, pelo Google. A partir da parceria, ao fazer qualquer busca no Google relacionada a desastres naturais ou que utilize palavras-chaves sobre o tema, o internauta receberá alertas e informações sobre possíveis áreas afetadas. O mesmo ocorre quando o usuário utiliza o Google Maps em uma área de risco.
O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil do MDR, coronel Alexandre Lucas, abriu o evento fazendo um relato pessoal para exemplificar a importância dessa parceria. “Recentemente, enquanto acompanhava a situação das fortes chuvas que atingiram o estado de Pernambuco, recebi um alerta sobre as enchentes na região onde eu estava. É impressionante como um simples aviso, direto e objetivo, pode mudar minha atitude, minha escolha por itinerários mais seguros e, principalmente, fazer com que eu adote medidas de autoproteção. O mesmo ocorre com o restante da população. O potencial dessa parceria para salvar vidas é enorme. E essa é a nossa missão”, observou.
O diretor do Cenad, Armin Braun, também comemorou o trabalho em conjunto com o Google. “Antes da ocorrência de um desastre, nossa atenção está voltada às ações de prevenção, mitigação e preparação. Nessa última fase, a emissão de alertas entra como uma das principais ações da Defesa Civil Nacional. Com o Google, vamos melhorar nossa capacidade de antecipação ao desastre e, consequentemente, aumentar as chances de a população se salvar e dos órgãos locais tomarem decisões mais rápidas e assertivas”, apontou.
Para o diretor de desenvolvimento de negócios do Google na América Latina, Alessandro Germano, a expansão da parceria com a Defesa Civil Nacional tem um propósito muito maior. “A nossa missão é tornar todas as informações universalmente acessíveis. Em situações de crise ou de desastre, que envolvem vidas, essa missão é ainda maior”, reforçou.
Já a gerente de parcerias do buscador do Google na América Latina, Luisa Phebo, ressaltou a inclusão de sete novos tipos de desastres no sistema do Google. “Agora, também estão disponíveis alertas para enxurradas, deslizamentos de solo, incêndios florestais, vendavais, queda de granizo, chuvas intensas e rompimento de barragem”, informou.
Evolução ao longo dos anos
O trabalho da Defesa Civil Nacional está em constante aprimoramento. Desde a reestruturação do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), em agosto de 2012, essa evolução é ainda mais perceptível. O Centro passou a funcionar em regime de operação ininterrupta, com salas de gestão de crises adaptadas ao monitoramento e operações, além de uma equipe técnica composta por analistas de sistemas, meteorologistas, químicos, assistentes sociais e estatísticos.
Ainda em 2012, o Cenad inaugurou o Centro de Monitoramento e Operações (CMO), uma sala com capacidade para 25 especialistas, que dispõe de videowall, gabinete de crise com sistema de telepresença, modernos computadores e sistema de emergência para fornecimento de energia elétrica.
Instituído oficialmente em fevereiro de 2005, o Centro é responsável pela coordenação federal de resposta a desastres no âmbito do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec) e tem como objetivo consolidar informações sobre riscos de desastres naturais ou tecnológicos (provocados) no País ou danos associados. A partir disso, é possível prestar total apoio aos estados e municípios antes, durante e após as ocorrências.
A dinâmica de funcionamento do Cenad consiste no recebimento de informações de diversos órgãos do Governo Federal responsáveis pela previsão do tempo, avaliação das condições geológicas das áreas de risco, monitoramento dos movimentos de placas tectônicas, acompanhamento das bacias hidrográficas, controle de queimadas e incêndios florestais, e transporte e armazenamento de produtos perigosos.
Na sequência, o centro avalia os dados e emite alertas aos órgãos de proteção e defesa civil dos estados e municípios com risco de desastres. Dessa forma, é possível dimensionar adequadamente o apoio federal para cada ocorrência. Nesse sentido, essas ações também têm cunho preventivo, mitigatório e preparatório.
Novas tecnologias
Com o passar dos anos, o Cenad passou a investir em tecnologia e em parcerias importantes. Para a emissão de alertas à população, por exemplo, houve cooperação da Interface de Divulgação de Alertas Públicos (Idap). Com a plataforma, os alertas começaram a ser emitidos via SMS, TV por assinatura e Telegram.
A parceria com a International Charter Space and Major Disasters, mecanismo de cooperação internacional que possibilita o fornecimento gratuito de imagens de geoprocessamento, é outro exemplo. A disponibilização de imagens de satélites em alta resolução é uma das fontes de informações para os trabalhos da Defesa Civil Nacional, incluindo o resgate de vítimas. No total, 131 países utilizam as imagens, que são produzidas por 17 agências espaciais com base em informações de 61 satélites. O material é obtido e processado pelo centro e, em seguida, são produzidos mapas em alta qualidade.
Da mesma forma, a Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) do Cenad é um conjunto de tecnologias, políticas e padrões que possibilitam uma maior interação entre os dados geográficos de uma instituição e seus usuários. Dentre as principais tecnologias envolvidas em uma IDE, é possível citar os bancos de dados geográficos, os servidores de dados geográficos e os aplicativos SIG do tipo área de trabalho. Os dois primeiros formam uma estrutura capaz de prover serviços de dados em redes computacionais, enquanto as ferramentas desktop, do lado do cliente/usuário, são capazes de acessar e modificar os dados de modo interativo. Atualmente, esses softwares contêm funções que se assemelham a navegadores da web, capazes de acessar informações em padrões desenvolvidos para web.