Notícias
Conscientizar crianças e jovens é fundamental para prevenção de riscos e desastres
Brasília (DF) – A conscientização de crianças e jovens é fundamental para prevenção de riscos e desastres. Essa foi uma das conclusões de debate on-line promovido nesta quinta-feira (27) sobre ações de Boas Práticas em Proteção e Defesa Civil. O evento abordou, com especialistas, a importância de medidas que visam a prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação de desastres, além de apresentar ações adotadas em três estados brasileiros.
“A educação é uma ferramenta poderosa desde a infância. A gestão de riscos e desastres tem que estar desde cedo na vida dos jovens, para que eles possam se tornar agentes ativos de prevenção”, afirmou a diretora de Articulação e Gestão da Defesa Civil Nacional, Karine Lopes.
Uma ação de boa prática nesse sentido é o programa Defesa Civil na Escola, que há 10 anos se tornou um case de sucesso em Santa Catarina. Desde 2021, o programa é obrigatório para todas as escolas públicas e privadas catarinenses que têm sexto ou sétimo ano do ensino fundamental em sua grade curricular. As escolas precisam fazer a adesão até 2024.
“O programa nasceu com uma proposta de colocar a temática de proteção e defesa civil no currículo escolar, capacitando professores e estudantes para atuar de forma compartilhada e eficaz na redução de riscos e desastres. A educação na redução de riscos é fundamental para investir na autoproteção, preparação e resiliência. A escola é um espaço viável e possível, ela realmente forma para a vida”, destacou a gerente de Pesquisa e Extensão da Defesa Civil de Santa Catarina, Regina Panceri.
Participação da comunidade
O secretário municipal da Defesa Civil de Aracaju, Silvio Prado, explicou como a formação e a implementação dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs) possibilitaram o engajamento e envolvimento da comunidade para mitigar ou até eliminar os riscos de desastres.
“O mapeamento de áreas de riscos em regiões vulneráveis precisava de uma atualização, para que pudéssemos trabalhar nessas áreas. E um dos passos era o envolvimento da comunidade. A Defesa Civil é um sistema e precisa do envolvimento das pessoas que moram nas áreas de riscos. Precisávamos formar pessoas nesses locais. Entender o que é risco, para trabalharem na diminuição ou total eliminação dele. Hoje, são mais de 200 pessoas formadas em núcleos de proteção e defesa civil”, enfatizou Silvio Prado.
Já o secretário-executivo da Defesa Civil de Recife, Cassio Sinomar, falou sobre o Programa Parceria, que une prefeitura e comunidade no processo de mudança da realidade local e na transformação de vidas. Mais de 30 mil pessoas na capital pernambucana foram beneficiadas com a ação.
“Recife tem boa parte do território em área de morro. Um terço da população vive nessas regiões. Aí veio a pergunta: como proteger as pessoas que vivem em áreas de risco? Surgiu o Programa Parceria, desenvolvido pela prefeitura. Utilizamos soluções estruturadoras, simples e de baixo custo como estratégia de redução de risco. Obras de pequeno e médio porte. A prefeitura entra com o material da obra, com o projeto, acompanha a execução, e a população entra com a mão de obra”, pontuou o gestor.
Nas próximas edições do Bate-Papo com a Defesa Civil, serão debatidos temas como a Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP) e sua contribuição para os municípios, gerenciamento de abrigos temporários, inundações nos rios amazônicos e as ações de prevenção e assistência às vítimas, entre outros.
Edital de seleção
O MIDR está com edital aberto até 18 de agosto para seleção de novas Boas Práticas em Proteção e Defesa Civil. Clique aqui para saber mais. As iniciativas devem ter resultados comprovados, serem inovadoras e adaptáveis a diferentes realidades, além de terem baixo custo e de aplicações reconhecidas.
O debate foi o 14º da série Bate-papo com a Defesa Civil, que é realizada uma vez por mês, com transmissão pelo canal do MIDR no YouTube.