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Bate-papo com a Defesa Civil: como as mulheres estão transformando a gestão de riscos e desastres
Evento on-line foi realizado nesta quinta-feira (28) e compartilhou a experiência de mulheres que tem impactado positivamente.
Brasília (DF) – A 22° edição do Bate-Papo com a Defesa Civil, evento on-line promovido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), foi realizada nesta quinta-feira (28). Com o tema “Como as mulheres estão transformando a gestão de riscos e desastres”, as participantes compartilharam suas experiências sobre como a presença e a experiência das mulheres têm impactado positivamente na gestão cotidiana de desastres.
A diretora de Articulação e Gestão da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil Nacional (Sedec), Karine Lopes, foi a mediadora da conversa. “Durante todo o mês de março, tivemos várias ações de reconhecimento da luta das mulheres contra as desigualdades”, introduziu. “É muito importante reconhecer os avanços que tivemos, mas também estarmos alertas para os desafios que ainda são enormes”, completou.
O bate-papo contou com a participação de mulheres que atuam para redução de riscos e desastres, onde debateram sobre as experiências de campo, ciência, articulação institucional, promoção do engajamento da inclusão e empoderamento das mulheres na gestão de riscos e desastres.
A diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Regina Alvalá, falou sobre diversas pesquisas sobre o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre as mulheres, como uma maior vulnerabilidade de mulheres e crianças em casos de desastres, dependendo das condições das atingidas, tipologias de desastres e regiões.
“Com o impacto das mudanças climáticas a tensão tem sido bastante impulsionada pelas instituições que trabalham com desastres, redução de riscos de desastres, nos mais amplos eixos que permeiam essa temática, focando em estudos, análises e ações que foquem o papel das mulheres e como as políticas públicas precisam ser pensadas, de tal forma que ações sejam priorizadas para este nicho da sociedade, que cada vez mais pode ser impactado por eventos extremos, que tem sido cada vez mais frequentes e intensos”, detalhou.
Já a gerente de Atenção Social da Defesa Civil do Recife (PE), Maria Afra Guedes, representou os órgãos municipais de proteção e defesa civil, opinou sobre a capacitação e engajamento de mulheres, em todos os níveis da sociedade, para desempenhar um papel na busca por soluções sustentáveis e na construção de resiliência frente aos desastres.
“As mulheres são fundamentais, apesar de não serem vistas nem reconhecidas neste eixo sustentável e resiliente. Na Defesa Civil do Recife, estão atuando 115 mulheres. Destas, 15 estão em cargos de gerência. Nós inclusive já tivemos secretárias mulheres, o que em outros locais, a mulher desempenhar um papel de liderança e governança, não deixa de ser um desafio”, afirmou.
Para Maria Afra, o fato não deixa de ser um diferencial no atendimento e no posicionamento das mulheres frente as emergências de desastres. A gerente de Atenção Social trabalha diretamente com Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs) e ao notar uma predominância masculina nas organizações, desenvolveu um projeto de conscientização das mulheres dessas regiões. “Observamos que os números de líderes mulheres eram bem menores. Este ano, conseguimos montar um NUPDEC só de mulheres, no município de Alagados e região. No próximo dia 10 de abril, vamos entregar as certificações, uma extensão universitária, destas mulheres”, explicou Maria Afra. Segundo ela, foi necessária uma adequação para a realização do projeto. “São mulheres que são mães. Muitas frequentavam as oficinas com seus filhos. Tivemos que montar um espaço para receber as crianças. Não se pode pensar numa reunião de mães sem pensar em seus filhos”, ressaltou.
A última contribuição foi da professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Viviane Japiassú, que compartilhou sua experiência no campo da engenharia, em especial na gestão de desastres e promoção da sustentabilidade ambiental. “Para incentivar as jovens a seguirem nesta profissão, criei projetos, como Meninas Mulheres na Redução de Riscos de Desastres e Desigualdade. Trabalhamos esses conceitos, com a criação de protótipos sobre desastres em oficinas, para entenderem como funciona. Junto com a tecnologia, para incentivar meninas a olharem para as áreas de engenharias e exatas, como uma possibilidade”, informou.