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Após Cúpula da Amazônia, Governo Federal propõe criação de frente de trabalho para desenvolvimento socioeconômico e tecnológico da região
Os primeiros passos para a criação da frente de trabalho foram discutidos em reunião entre os ministros Waldez Góes e Luciana Santos (Foto: Márcio Pinheiro/MIDR)
Brasília (DF) – Região mais rica em biodiversidade no mundo, a Amazônia enfrenta diversos desafios para expressar todo o seu potencial. Estão entre eles a crise climática, a perda da biodiversidade, a poluição da água e do solo, o desmatamento, os incêndios florestais e o aumento da desigualdade, da pobreza e da fome, entre outros. Nesta semana, representantes dos oito países que integram a região, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participaram, em Belém (PA), da Cúpula da Amazônia. No encontro, foi discutida uma agenda comum para vencer os desafios e buscar o desenvolvimento sustentável da região.
Já com parte dessa estratégia, o Governo Federal vai criar uma frente de trabalho interministerial voltada ao desenvolvimento socioeconômico e tecnológico da Amazônia. Coordenado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), o grupo também contará contar com a participação dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), de Minas e Energia (MME) e das Cidades (MCID), além da Casa Civil da Presidência da República.
“Como determinado pelo presidente Lula, os diversos ministérios do Governo Federal vão trabalhar de forma integrada e transversal como foco no desenvolvimento socioeconômico, ambiental, social e cultural da Amazônia”, afirmou o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. “Vamos todos trabalhar em parceria para reduzir as desigualdades regionais, fomentar oportunidades para a geração de emprego e renda e proporcionar mais qualidade de vida para quem vive na região”, ressaltou.
Os primeiros passos para a criação da frente de trabalho foram discutidos nesta quarta-feira em reunião entre o ministro Waldez Góes e a ministra da Ciência, Tecnologia e Informação, Luciana Santos. No encontro, Góes chamou a atenção para a falta de investimentos em pesquisa na Região Amazônica, além da pouca tecnologia adaptável à realidade das comunidades tradicionais.
Durante os Diálogos Amazônicos, realizados nesta semana como atividade preparatória para a Cúpula da Amazônia, Waldez Góes participou de uma rodada de debates com a BioTec-Amazônia, organização parceira do MIDR na criação de Centros de Desenvolvimento Regional (CDR) na Região Norte. Entre os temas abordados estiveram justamente as dificuldades enfrentadas por pesquisadores, produtores rurais e sociedade local.
“Um dos nossos maiores desafios é desenvolver a tecnologia aplicada na região. Não dá para discutir desenvolvimento sem avançar em conhecimentos. Precisamos juntar todos os atores para encontrarmos uma solução. Esta será uma prioridade para o Governo Federal”, afirmou Waldez Góes.
Durante o encontro, a ministra Luciana Santos destacou que o MCTI irá investir, de 2024 a 2026, R$ 3,4 bilhões no Programa Mais Ciência na Amazônia. Segundo ela, esse é o maior volume de recursos já investidos na história da ciência na região.
“O MCTI está ampliando, de forma significativa, os recursos para a produção de conhecimento e tecnologia apropriadas, neste caso específico para o desenvolvimento da Amazônia, que é um grande desafio para todos os brasileiros e sociedade internacional”, ressaltou a ministra.
Proteção e defesa civil
O ministro Waldez Góes também ressaltou a importância da transversalidade entre os diversos ministérios nas ações voltadas à proteção e defesa civil. No momento, o MIDR está elaborando, com apoio da PUC Rio, o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, que trará um conjunto de princípios, diretrizes e objetivos que vão nortear a estratégia de gestão de riscos e de desastres a ser implementada pela União, estados, Distrito Federal e pelos municípios, de forma integrada e coordenada.
“O atendimento aos municípios e à população atingidos por desastres é uma prioridade desta gestão do Governo Federal. Com as mudanças climáticas, os casos estão aumentando e é preciso uma ação integrada, transversal, para atendermos a todos da melhor maneira possível”, afirmou Waldez Góes, que defendeu a ideia de implementar uma política pública para mitigar os problemas das cidades com estão em emergência climática permanente.
A ministra Luciana Santos também enfatizou a necessidade da parceria entre os ministérios, estados e municípios para o melhor atendimento no caso de desastres. Ela destacou que o MCTI irá reforçar o trabalho realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada à Pasta.
“Vamos ampliar o monitoramento para atingir 70% da população de áreas adensadas e, com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), iremos desenvolver equipamentos de baixo custo e fácil manutenção para monitoramento de variáveis ambientais”, informou a ministra.