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Segurança Hídrica
Água para quem mais precisa: Lula libera verba para o Sertão alagoano
Presidente Lula, no discurso à comunidade do Sertão alagoano: "Eu sei o que é, com sete anos de idade, carregar pote de água na cabeça, água suja, e barrenta que fazia com que as crianças morressem prematuras por doenças", emocionou-se.(Fotos: Júnior Rosa/MIDR)
Brasília (DF) - Levar água para os que mais precisam. Esse foi o instituído do ato para assinatura pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (9), da Ordem de Serviço no valor de R$ 565,9 milhões para o início das obras do trecho 5 do canal do Sertão alagoano. A obra compreende os km 123,4 ao km 150, do sertão alagoano, nos municípios de São José da Tapera, Olho D’Água das Flores e Monteirópolis. A continuidade das obras do canal vai beneficiar aproximadamente 280 mil habitantes de 19 municípios.
Ao dizer que o Nordeste e sua população voltam ter protagonismo no governo federal, o presidente Lula destacou a relevância de levar água para a população. “Eu não nego água a quem tem sede. Eu não nego água a quem precisa dela para produzir, para fazer comida, para tomar banho porque eu sei o que é, com sete anos de idade, carregar pote de água na cabeça, água suja e barrenta que fazia com que as crianças morressem prematuras por doenças” emocionou-se disse o presidente.
Só quem sofreu com a falta de água sabe a relevância dessa obra. O morador da região e oficial de Justiça do Tribunal de Alagoas, Amaro Soares da Silva, de 68 anos, sabe bem o tamanho da dificuldade: “Essa obra representa a redenção para nossa comunidade. O Canal do Sertão traz abundância de água não apenas para os animais e agricultores, mas também para os habitantes locais. É, sem dúvida, a melhor iniciativa do governo federal para a região. Antes da construção do canal, enfrentávamos grandes dificuldades com o abastecimento de água, dependendo principalmente de caminhões-pipa”, contou.
Maria José Félix da Silva, filha de agricultores e responsável pelo transporte escolar em São José de Tapera, povoado Rua Nova, enxerga no canal uma promessa de melhoria significativa na vida dos agricultores locais. Ela relembra os tempos em que seus pais acordavam às quatro horas da manhã, para buscar água com um carro de boi, contrastando essa realidade com a proximidade que o canal proporcionará agora. Maria celebra: "Para os produtores que terão acesso próximo ao Canal do Sertão, o plantio será mais eficiente, e não teremos mais que nos preocupar tanto com a criação de bois e vacas. A chegada da água aqui é um benefício imenso".
O secretário Nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Giuseppe Vieira, representou o ministro do MIDR Waldez Góes, que retornou ao Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (8), em uma força-tarefa do Governo Federal para seguir dando ações e respostas às fortes chuvas que assolam a capital gaúcha. “É um ato muito importante para a população nordestina” ressalta Giuseppe.
O secretário explicou o tamanho e a significado da obra: “Especificamente no trecho 5, essa iniciativa viabilizará o abastecimento de mais de 240 mil pessoas em 19 municípios atendidos pela adutora da bacia leiteira. Portanto, trata-se de uma obra monumental para o estado de Alagoas, trazendo esperança e oportunidade para suas comunidades”.
Os municípios beneficiados são: Arapiraca, Belém, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Estrela de Alagoas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Minador do Negrão, Olho d’Água Grande, Palmeira dos Índios, São Brás, São Sebastião, Taquarana e Teotônio Vilela.
Perímetros irrigados
Essa região faz a integração do Canal com o Sistema Coletivo de Abastecimento da Bacia Leiteira e com a implantação dos Perímetros Irrigados de Olho D'Água das Flores e Monteirópolis, totalizando 3 mil hectares irrigados, proporcionando desenvolvimento e geração de renda para mais de 2.100 famílias.
Em seu discurso, o presidente Lula lembrou que gasto com desenvolvimento regional é investir no futuro do Brasil. E que é necessário trazer as condições apropriadas para os nordestinos. “Não basta morar na beira de um rio, se não tiver energia elétrica ou dinheiro para comprar uma bomba. Assim você vai ficar sem produzir, porque a água não vem sozinha, nós temos que criar condições para essa água chegar”, disse Lula.
Demais trechos
Os quatro primeiros trechos do Canal foram concluídos, alcançando o 123,4 km de obras e em operação. Com a implantação dos trechos I, II, III e IV e do Projeto de Integração das Adutoras do Alto Sertão (PIAAS), que abastece 8 (oito) municípios do Alto Sertão alagoano, a obra beneficia mais de 189 mil habitantes.
45 KM – Trecho I
19,7 KM – Trecho II
28,23 KM – Trecho III
30,47 KM – Trecho IV
TOTAL = 123,4 KM