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Balança comercial registra superávit recorde de US$ 42,5 bi
De janeiro a julho exportações apresentaram valor de US$ 126,5 bilhões e importações de US$ 83,9 bilhões. O saldo do mês de julho, isolado, foi também o melhor desde 1989: superávit de US$ 6,3 bilhões
Brasília (1º de agosto) – A balança comercial brasileira acumulou novo recorde e obteve o melhor saldo para o período de janeiro a julho, com superávit de US$ 42,5 bilhões. O valor é o melhor da série histórica, iniciada em 1989, e ficou 50,6% superior ao alcançado nos setes primeiros meses do ano passado. O saldo do mês de julho, isolado, foi também o melhor para o período desde 1989: superávit de US$ 6,3 bilhões, valor 37,6% acima do resultado obtido no mês, em 2016. Foi o oitavo mês consecutivo de superávits mensais.
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“O super saldo da balança se deveu ao desempenho positivo das exportações e importações. Do lado das exportações, registramos crescimento em preços e quantidades embarcadas, com recordes em diversos produtos, tanto em volume quanto em valores”, comentou o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto. O secretário destacou, ainda, que o resultado dos primeiros sete meses do ano confirma a expectativa de saldo da balança, ao final do ano, em torno de US$ 60 bilhões.
Julho
No mês, as exportações somaram US$ 18,7 bilhões, crescimento de 14,9%, e retração de 5,1% em relação a junho de 2017, pela média diária. Sobre o ano anterior, cresceram as exportações de básicos (19%), manufaturados (12,6%) e semimanufaturados (8,7%).
O período teve como destaque o acréscimo nas vendas de milho em grão (93,7%), minério de cobre (88,2%), petróleo em bruto (72%). Julho também apresentou resultado expressivo nas vendas de carne: bovina (38,5%), suína (10%), frango (8,1%), na comparação com o mesmo mês do ano passado.
“O desempenho nas vendas de carne, no mês, contribuiu para que passássemos de uma queda de 2% no valor exportado para um crescimento de 3,2%, no somatório do período de janeiro a julho”, explicou Abrão. A tendência, segundo o secretário, é de regularização nos volumes comercializados até o final do ano.
Em julho também cresceram as vendas de óleos combustíveis (273,3%), tratores (91,7%) e máquinas p/terraplanagem (83,4%), entre outros manufaturados. Entre os semimanufaturados, aumentaram as vendas principalmente de óleo de soja em bruto (94,4%), semimanufaturados de ferro/aço (60,1%) entre outros produtos.
No período, as importações totalizaram US$ 12,4 bilhões, 6,1% mais que em 2016 pela média diária. Cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (57,3%), bens intermediários (6,8%) e bens de consumo (3,4%), enquanto retrocederam as compras de bens de capital (-22,7%).
Para Abrão Neto, o desempenho das importações no mês de julho, que teve compras concentradas em insumos para a indústria e agricultura, como adubos e fertilizantes, sinaliza recuperação da economia. “É uma relação direta com aumento da atividade econômica”, avaliou.
Sete meses
No acumulado janeiro-julho de 2017, as exportações apresentaram valor de US$ 126,5 bilhões. Sobre 2016, as exportações registraram crescimento de 18,7%, pela média diária. O resultado do período foi impulsionado pelo aumento, em relação ao ano passado, nas exportações dos três grupos de produtos por fator agregado: básicos, semimanufaturados e manufaturados.
A venda de básicos teve expressivo crescimento de produtos como petróleo em bruto (117,9%), minério de ferro (72,8%) e minério de cobre (26,4%), entre outros. Os percentuais de exportação de carne também tiveram acréscimo: suína (25,9%), frango (7,4%) e bovina (3,2%).
Dentro dos semimanufaturados, os maiores aumentos ocorreram nas vendas de ferro/aço (69,2%), ferro fundido (43,5%), açúcar em bruto (28,0%). Já no grupo dos manufaturados, destaque para os óleos combustíveis (136,7%), veículos de carga (57%), automóveis de passageiros (54,9%) e tratores (52,6%), entre outros.
Na avaliação por destinos dos produtos brasileiros, o período manteve a China como forte comprador. Os embarques para o país tiveram aumento de 31,4%. Destaque ainda para as vendas destinadas ao Oriente Médio (mais 23,3%), e países do Mercosul (mais 22,2%), sendo que, somente para a Argentina, o aumento foi de 29,9%. O resultado para o país vizinho se deveu às vendas de conta dos automóveis de passageiros, veículos de carga, tratores, máquinas p/terraplanagem. Para os Estados Unidos o Brasil vendeu 21,3% a mais que de janeiro a julho de 2016.
No resultado global, os principais países de destino das exportações, no acumulado janeiro-julho deste ano, foram: 1º) China (US$ 32,2 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 15,2 bilhões), 3º) Argentina (US$ 9,8 bilhões), 4º) Países Baixos (US$ 5,5 bilhões) e 5º) Chile (US$ 3 bilhões).
No período, o Brasil importou US$ 83,9 bilhões, acima 7,2%, pela média diária, sobre o mesmo período anterior, US$ 78,353 bilhões. Quando comparado com igual período anterior, houve crescimento em combustíveis e lubrificantes (+33,7%), bens intermediários (+12,1%) e bens de consumo (+5,0%), enquanto decresceram as compras de bens de capital (-26,9%).
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