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ECONOMIA VERDE
Plataforma de implementação do Acelerador de Transição Industrial é lançada em São Paulo
O lançamento da plataforma para implementação do Acelerador de Transição Industrial (ITA) coloca o Brasil como primeiro país a adotar essa iniciativa global e multissetorial com o objetivo de catalisar a descarbonização em setores industriais de altas emissões. A iniciativa contou com uma estreita colaboração entre a Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC), e o Secretariado do ITA, que desenvolveram o Programa de Trabalho a ser implementado nos próximos dois anos.
"A escolha do Brasil para ser o primeiro país de implementação da iniciativa ITA denota o reconhecimento da liderança do país em seus esforços para descarbonizar seus setores de indústria pesada e de transporte, além de aproveitar as oportunidades econômicas abertas pela transição industrial e energética em curso no Brasil e no mundo", argumentou o secretário de Economia Verde, Rodrigo Rollemberg, durante o lançamento da plataforma de implementação do ITA, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo, na quinta-feira (17).
A iniciativa atende aos propósitos estabelecidos na Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), que trata da bioeconomia, desacarbonização e transição e segurança energéticas para garantir recursos para as futuras gerações. A implementação do ITA no Brasil busca acelerar a execução de projetos prioritários de investimentos do setor privado para a redução de emissões, de modo a expandir o portfolio de projetos industriais de descarbonização profunda do país em setores ocm altas emissões até a COP 30.
O ITA integra lideranças globais da indústria, de instituições financeiras e de governos para desbloquear investimentos em escala, para a rápida implantação de soluções de descarbonização profunda em indústrias pesadas de alumínio, cimento produtos químicos e aço assim como nas indústrias de tranasportes e suas cadeias de abastecimento de energia. O Programa de Trabalho do ITA parao Brasil apoiará projetos relevantes dentro de escopo setorial acordado com o MDIC, com concentração inicial em produtos químicos, com foco em fertilizantes, aviação, com cobustível de aviação sustentável, e açõ. Também deve explorar o alumínio e o cimento.
O projeto Uberaba Green Fertilizer (UGF) da Atlas Agro será um dos primeiros a ingressar no esforço global do ITA em território brasileiro. Com base em Uberaba (MG) e investimentos na ordem de R$ 4,3 bilhões, a Atlas Agro é a responsável pela construção da primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados e de amônia verde a partir do hidrogênio verde no Brasil. A fase de pré-engenharia terminou recentemente e o projeto executivo deve ser iniciado nos próximos meses, em mais um passo importante para descarbonização da atividade agrícola e avanço da neoindustrialização brasileira.
“O ITA tem como objetivo apoiar empresas brasileiras e internacionais, que pretendem investir em projetos industriais verdes no Brasil, trabalhando com as partes interessadas em todas as cadeias de valor industriais e com o governo brasileiro para melhorar sua viabilidade e conectá-los aos financiadores”, declarou a diretora-executiva do ITA, Faustine Delasalle. “Estamos entusiasmados com a parceria com a Atlas Agro para ajudar a levar seu projeto Uberaba Green Fertilizer à decisão final de investimento. Esse projeto é um ótimo exemplo de um projeto industrial verde que pode beneficiar tanto o clima quanto a economia brasileira”, completou.
O ITA ainda complementará o Hub de Descarbonização Industrial (IDHub), estabelecido em parceria com o governo do Reino Unido, bem como a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para Transformação Ecológica (BIP), que trabalham em prol da agenda de crescimento verde no Brasil, seguindo o estabelecido no Plano de Transformação Ecológica (ETP) e na NIB.