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NOVA INDÚSTRIA BRASIL
Missão 3 tem R$ 1,6 tri para cidades sustentáveis e mobilidade verde entre recursos públicos e privados
Objetivo da Missão 3 é melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), além de diversos empresários, anunciam investimentos da ordem de R$ 1,6 trilhão em projetos ligados à Missão 3 Nova Indústria Brasil (NIB), previstos até 2029. O ato ocorre nesta quarta-feira (30/10), às 11h, no Palácio do Planalto.
Lançada em janeiro deste ano, a NIB é uma política industrial que visa impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033, baseada em elementos como sustentabilidade e inovação. Do total de R$ 1,6 trilhão a serem anunciados, 75% serão provenientes da iniciativa privada. O objetivo da Missão 3 é melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico.
"Esse volume expressivo de investimentos demonstra o acerto do foco da Nova Indústria Brasil que, neste caso, fortalecerá a infraestrutura e a mobilidade no país, trazendo bem-estar para os cidadãos ao mesmo tempo que incentiva uma indústria inovadora", afirma Geraldo Alckmin. "A parceria entre setor público e privado é essencial para transformar nossas cidades, com projetos que trazem desenvolvimento econômico e qualidade de vida para milhões de brasileiros", prossegue.
LINHAS DE CRÉDITO – Dos recursos públicos para a Missão 3, R$ 113,7 bilhões vêm das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção (P+P), sendo R$ 48,6 bi já destinados a projetos afins (desde 2023) e outros R$ 65,1 bi disponíveis até 2026. Criado para servir como ferramenta perene de financiamento à NIB, o Plano Mais Produção conta agora com o reforço da Caixa Econômica Federal, que aportou R$ 63 bilhões. Com isso, subiu para R$ 405,7 bi o total de recursos em projetos que se relacionem às seis missões da NIB.
As demais instituições do Plano Mais Produção são BNDES, Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii. Também entram na conta dos recursos públicos para a Missão 3 outros R$ 492,4 bilhões da Caixa, do BNB e do BNDES destinados a obras do PAC e do programa Minha Casa Minha Vida, cujos investimentos alavancam as atividades industriais ligadas a esta missão.
INVESTIMENTOS PRIVADOS – Durante a cerimônia desta quarta-feira, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) anunciarão novos investimentos de R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029. A maior parte dos recursos será destinada a obras de mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, entre outros, no valor de R$ 833 bilhões, além de R$ 222,5 bilhões para habitação e R$ 1,6 bilhão na produção de insumos.
BATERIAS ELÉTRICAS – Também entre os anúncios da iniciativa privada, a WEG, empresa brasileira de alta tecnologia, já anunciou investimentos para produzir packs de baterias elétricas no Brasil, com aporte inicial de R$ 100 milhões. Nos últimos 2 anos, a empresa já anunciou um total de R$ 1,8 bilhão de investimentos no Brasil que possuem relação com a Missão 3. Assim, a WEG soma-se a outras empresas que já operam no país com essa perspectiva, como a BorgWarner, que desenvolve baterias para ônibus elétricos em sua unidade de Piracicaba (SP).
Como lembra o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, o Brasil tem grandes reserva de lítio e outros minerais usados na fabricação de baterias elétricas, mas a quase totalidade da extração desses minérios hoje é exportada para a produção do componente fora do país. “Nosso objetivo é mudar isso. Até porque baterias fabricadas aqui, com nossas fontes de energia renováveis, serão muito mais sustentáveis do que as produzidas em países que ainda usam o carvão em larga escala como matriz energética”, destaca Uallace.
METAS E DESAFIOS – O desenvolvimento da cadeia produtiva de baterias está entre as prioridades da Missão 3. A meta estabelecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) é, até 2026, ter ao menos 3% dos veículos eletrificados brasileiros circulando com baterias nacionais. A meta é chegar a 33% até 2033.
Outro objetivo é entregar, até 2026, dois milhões de moradias contratadas pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), das quais 500 mil serão equipadas com painéis solares. E, até 2033, 6,9 milhões de casas, sendo 1,4 milhão com painéis fotovoltaicos. Entre as prioridades e desafios, estão, ainda, o desenvolvimento das cadeias metroferroviárias, com seus componentes, e dos sistemas de propulsão para veículos automotores.
INOVAÇÃO – Na cerimônia dessa quarta-feira, a Finep assinará 11 contratos de subvenção e dois de crédito direto para desenvolvimento de novas tecnologias, no valor total de R$ 220 milhões, com R$ 100 milhões de contrapartida das empresas. Destes, quase R$ 10 milhões irão para o projeto de um “barco voador”, veículo capaz de voar sobre a lâmina dos rios. A tecnologia vem sendo desenvolvida pela startup amazonense AeroRiver. Segundo a empresa, o barco voador poderá transportar até 10 passageiros, inclusive em períodos de seca, alcançando 150 km/h. Os demais projetos envolvem soluções para aviação sustentável (por exemplo, um turbogerador híbrido movido a etanol), centros de pesquisa e tecnológicos, remanufatura de resíduos e desenvolvimento de caminhão elétrico autônomo para uso industrial, entre outros.