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Novo acordo com gigante chinesa de cafeterias impulsiona exportações do café brasileiro
As exportações brasileiras de café vão dar um salto ainda maior a partir do ano que vem. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), articulou um novo acordo com a rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee para a compra de 240 mil toneladas do grão do Brasil entre 2025 e 2029 a um valor estimado de US$ 2,5 bilhões. O compromisso anterior, de US$ 500 milhões para a compra de 120 mil toneladas até o fim deste ano, foi assinado em junho durante missão brasileira ao país.
Participaram da assinatura do memorando de entendimento, nesta terça-feira (19), em Brasília, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, e o CEO da Luckin Coffee, Jinyi Guo. Fundada em 2017, a empresa é uma das maiores do país e conta com cerca de 22 mil lojas na China, além de ter mais de 110 mil funcionários.
“O Brasil é o maior produtor, o maior exportador de café do mundo, e café de qualidade”, afirmou o ministro Geraldo Alckmin. Ele ressaltou os 50 anos de relações entre os dois países e frisou que a parceria com a Luckin Coffee, assim como os inúmeros memorados de entendimento que serão assinados, nesta quarta-feira (20), durante a visita oficial do presidente da China, Xi Jinping, fortalece a parceria entre os países.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou a expectativa de continuidade da parceria. “A assinatura do primeiro memorando de aquisição deu origem a eles virem ao Brasil pela primeira vez. Essa é uma compra muito grande para quem produz café no Brasil. Certamente é só o início de uma parceria comercial muito importante. É a primeira visita do Sr. Guo ao país, mas não é a última”.
Por sua vez, o CEO da Luckin Coffee, Jinyi Guo, destacou a qualidade do café brasileiro e o comprometimento da empresa em divulgar o produto. “Atualmente, contamos com 300 milhões de clientes, e o impacto tem sido extraordinário. Essa parceria é apenas o começo; no futuro, queremos ampliar ainda mais nossa colaboração. Convidamos todos a conhecer nossas novas fábricas e lojas e explorar nossa plataforma dedicada a promover o café brasileiro”.
A dimensão do novo acordo fica clara quando é feita uma comparação com o valor total de todas as exportações brasileiras. Até outubro, foram obtidos cerca de US$ 9,6 bilhões com as vendas para o exterior, de acordo com a plataforma Comex Stat, que representa um aumento de 54,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A China atualmente é a sexta maior compradora de café brasileiro.
Histórico da parceria entre ApexBrasil e Luckin Coffee
A parceria com a Luckin Coffee teve início em 2023 por meio do programa Exporta Mais Brasil. Compradores da empresa estiveram em Cacoal (RO) para conhecer os cafés produzidos na Amazônia, quando 4 mil sacas foram vendidas em um único evento. As empresas apoiadas pela iniciativa da ApexBrasil serão algumas das fornecedoras para os acordos, o que trará mais desenvolvimento, renda e geração de empregos paras as regiões atendidas pelo programa.
A partir deste primeiro contato, foi negociado um acordo em junho para o fornecimento ainda em 2024 de até 120 mil toneladas a um valor de US$ 500 milhões. Além disso, a Luckin Coffee se comprometeu a promover o café brasileiro no mercado chinês. Na ocasião, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, estiveram na China para assinar o acordo inédito, que abriu caminho para que o novo compromisso fosse assinado.
Em agosto, Yan Yan Sabrina Zhao, chefe de Desenvolvimento Sustentável da Luckin Coffee, esteve na sede da ApexBrasil em Brasília para retribuir a visita da comitiva brasileira à China. Durante o encontro, ela enfatizou a qualidade do café brasileiro ao afirmar que é melhor do mundo. A visita também teve como assunto a celebração pelos 50 anos de relações diplomáticas Brasil e China.
No mês de novembro, o presidente da ApexBrasil Jorge Viana visitou a fábrica e o museu da Luckin Coffee em Xangai. O presidente teve a oportunidade de ver a valorização do café brasileiro na China e classificou como um grande incentivo para continuar esse trabalho de levar a produção cafeeira do Brasil para o mundo.