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NEOINDUSTRIALIZAÇÃO
Transformação digital tem que estar no chão de fábrica, avalia secretário
A transformação digital é fundamental para que a indústria brasileira aumente a produtividade e fique mais competitiva. No Fórum de Competitividade 2024, promovido pelo Movimento Brasil Competitivo, nesta terça-feira (2), o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, disse que a missão 4 da Nova Indústria Brasil (NIB) agrega ações para impulsionar a digitalização do setor produtivo brasileiro.
"A digitalização do setor produtivo na indústria já não é para o futuro, costumo dizer que é para o presente. Ela é uma realidade que tem que estar presente, hoje, no chão de fábrica. Quem não for capaz de promover no tempo certo a incorporação dessas novas tecnologias vai ficar condenado ao passado. E o passado é a exclusão do mercado”, avaliou o secretário.
Durante o painel 1 - Políticas Digitais para o Desenvolvimento Econômico, Márcio Elias explicou que a missão 4 da NIB busca promover a transformação digital da indústria para aumentar a produtividade. Para o secretário, a digitalização da indústria passa por formação e capacitação de profissionais, alinhamento da universidade com o setor privado para incorporação de novas tecnologias e concessão de linhas de crédito para a inovação tecnológica. O Plano Mais Produção prevê R$ 300 bilhões para financiamento das ações da Nova Indústria Brasil.
"Se não fizer isso, não vai conseguir assegurar a competitividade da produção. É evidente que esse não é um trabalho de um governo, é um trabalho do Estado, esse é um compromisso que precisa ser tomado para as gerações futuras, e tem dado certo”, concluiu.
Produtividade e Competitividade
Durante a tarde, a secretária de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, Andrea Macera, participou da sala de diálogo sobre inteligência artificial. Ela levantou a questão da governança como ponto central da discussão, que deve responder, por exemplo, se apenas uma autoridade deve ser responsável pela regulação ou se o caminho é a formação de um comitê com agentes setoriais que tragam diferentes vertentes.
Ela relembrou, ainda, sobre a importância da utilização do SandBox Regulatório, instrumento onde produtos e tecnologias ainda não regulamentados, como a inteligência artificial, podem ser testados pelos desenvolvedores e fornecedores em um ambiente real e sem a incidência das regras vigentes, sem custo adicional. Com a utilização do SandBox Regulatório, o regulador acompanha de perto os testes, podendo avaliar os testes e a melhor forma de atuação.
Para finalizar, Macera fez um paralelo entre a propriedade intelectual e a inteligência artificial. “A gente tem a propriedade intelectual como input, na parte de mineração de dados, treinamento da tecnologia, mas a gente tem a propriedade intelectual ali como ativo output, como resultado. Como é que a gente vai conceder essa propriedade intelectual para um produto ou objeto resultado da inteligência artificial?”, provocou.
A sala de debate reuniu representantes dos setores público e privado para construção de um documento com recomendações sobre o assunto.
Fórum de Competitividade
Para a secretária, o Fórum coloca em debate questões importantes que podem ajudar o governo a desenhar políticas públicas que sejam integradas, assertivas e efetivas. “O debate pode trazer elementos para um diagnóstico, onde nós estamos e para onde devemos avançar, e trazer a importância de ter essa interligação de todas essas políticas públicas”, finalizou.
Sob o tema Transformação digital: caminhos para o desenvolvimento, o Fórum de Competitividade 2024 reuniu líderes do setor público, privado e da sociedade civil para explorar o papel da transformação digital no desenvolvimento do País. Organizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) e pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo (FPBC), a segunda edição do evento discutiu como as tecnologias estão moldando o futuro do trabalho e refletiu a força da Inteligência Artificial (IA) no impulsionamento da competitividade econômica.