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NEOINDUSTRIALIZAÇÃO
Nova Indústria Brasil ganha reforço com nova gestão da ABDI
A Nova Indústria Brasil ganhou um importante reforço nesta quinta-feira (22). O novo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli, empossado no cargo pela manhã, se comprometeu em discurso a colocar toda a estrutura da agência para contribuir com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na implantação efetiva da nova política industrial.
“A partir de hoje, Vossa Excelência conta com todos os servidores da ABDI (...) a, no dia 22 de abril, entregar metas e fazer também o monitoramento de resultados (da NIB)”, afirmou Capelli. A ABDI será parceira do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) nestas tarefas.
Ao saudar o novo presidente da Agência, Alckmin repassou os principais eixos da nova política — inovação, sustentabilidade, aumento da produtividade e da capacidade exportadora —, e ressaltou alguns dos desafios que ela propõe superar.
“É preciso agir nas causas do problema para que a indústria ganhe competitividade e atraia investimento. Temos dois desafios: baixo investimento e baixa produtividade”, destacou o ministro. Como exemplo de solução, citou o programa Mover, que oferece incentivos para inovação e descarbonização da cadeia de mobilidade. “O programa, até agora, já atraiu R$ 55 bilhões da indústria automotiva. Só a Volkswagen vai lançar 16 veículos novos. Todas (as montadoras), praticamente, vão investir”, celebrou.
Alckmin destacou, por fim, a importância da energia limpa e o caráter sustentável do programa. “O Brasil é campeão da energia limpa, renovável, nós podemos fazer hidrogênio verde, de baixo carbono, com energia hidráulica, eólica, solar e biocombustíveis”.
Defesa enfática da NIB — A cerimônia de posse de Capelli foi marcada por fortes discursos em defesa da indústria nacional. Cappelli sustentou a necessidade de uma política industrial nacional com dados de um relatório mundial do Fundo Monetário Internacional emitido em janeiro deste ano que apontam a criação, em 2023, de 2.500 novas políticas industriais. "Isso é velho?", perguntou. "Os que criticam e chamam de velho querem colocar uma bola de ferro no pé do Brasil na corrida em curso no mundo pela neoindustrialização".
A utilização de compras públicas com conteúdo nacional como instrumento de política industrial, igualmente criticada por opositores, embora largamente executada na América do Norte, também foi defendida por Cappelli. "Qual é a velha política? A que em 1973 criou a Embrapa, que fez da agricultura brasileira, hoje, potência mundial? É a política que, em 1969, criou a Embraer e, junto com o ITA e com o CTA fez dela, hoje, a terceira maior empresa do setor no mundo?", questionou, antes de assegurar o auxílio da ABDI no monitoramento e elaboração de metas e resultados da NIB.
"Não tem nada mais importante neste momento do que fazer o país voltar a se desenvolver, gerar emprego de qualidade, porque é isso que vai fazer as pessoas acreditarem que a democracia melhora a vida delas. Quando a democracia se mostra incapaz de melhorar, as pessoas deixam de acreditar. E é isso que a gente tem que entregar neste país", completou.
Oportunidades e Desafios
As demais autoridades que integraram a mesa da cerimônia representaram diferentes frentes de atuação para o desenvolvimento nacional. O presidente da Federação das Indústrias de Brasília (Fibra) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Jamal Jorge Bittar, celebrou a retomada do setor com a expectativa de um cenário crescentemente favorável que forneça condições para que a indústria nacional se desenvolva e gere empregos. “É impossível trabalhar com taxas de juros que ainda são escorchantes”, alertou. “O brasileiro não quer viver de bolsa-família, ele quer viver de trabalho, com boa renda, que são coisas que a indústria promete”.
O papel do Estado no fomento à industrialização com olhos para a integração sul-americana, por sua vez, foi lembrado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, como elemento essencial ao desenvolvimento nacional. Ele destacou, também, a necessidade de atenção às micro e pequenas empresas e do cooperativismo para a economia nacional, setores integrados, segundo ele, por 15 milhões de trabalhadores no MEI, 7,5 milhões de empresas no Simples e 20,5 milhões de trabalhadores organizados em cooperativas nesse país. “O cooperativismo é um modelo de negócio que tem tudo a ver com o presidente Lula e com o que estamos construindo. E nós precisamos de políticas de crédito e de apoio ao micro e pequeno empreendedorismo”.
As parcerias público-privadas em favor da indústria foram lembradas pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, como importantes alternativas para setor. “Só investimento privado não faz o Brasil crescer, gerar emprego e se desenvolver, mas só investimento público, também não”, afirmou. “Na parte de investimento privado, é preciso olhar para o interior do interior do Brasil. É preciso que as indústrias cheguem nas fronteiras do país”, disse, ressaltando a importância da integração sul-americana exemplificada pelo mercado argentino, terceiro maior parceiro comercial do Brasil. “Mais de 40% dos produtos semielaborados de tecnologia no Brasil nós não exportamos para a Europa, nós exportamos para a América do Sul e para a América Latina”, revelou. “Sem crescimento nós não temos desenvolvimento. Com desenvolvimento, nós temos tudo”.
Também estiveram presentes à cerimônia de posse, entre outros, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, os governadores do Maranhão, Carlos Brandão, do Espírito Santo, Renato Casagrande, e da Paraíba, João Azevêdo, e o secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Aldo Rebelo.
Com informações da ABDI