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NOVA INDÚSTRIA BRASIL
Missão 1 destina R$ 546,6 bi, entre recursos públicos e privados, para impulsionar cadeias agroindustriais sustentáveis
BB passa a compor o Plano Mais Produção (P+P) com R$ 101 bi; recursos para a NIB alcançam valor de R$ 507 bi em linhas de crédito
Recursos públicos para a Missão 1 são de R$ 250,2 bi: R$198,1 bi já alocados (2023-2024), somados a R$ 52,18 bi (2025-2026)
Setor agroindustrial prevê investimentos privados de R$ 296,3 bi até 2029
Metas: elevar crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% a.a.(6%, em 2033); aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28%, em 2026 (35%, 2033); ampliar a tecnificação da agricultura familiar para 43%, em 2026 (66%, 2033)
Presidente Lula assina decreto para criar o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF)
O agro brasileiro ganha mais impulso com a Nova Indústria Brasil (NIB). Nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, representantes do governo federal e empresários do setor anunciaram R$ 546,6 bilhões de investimentos públicos e privados para a Missão 1 da NIB, que tem o objetivo de desenvolver as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.
Dos R$ 546,6 bilhões, R$ 250,2 bilhões são de recursos públicos disponibilizados em linhas de crédito, sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024. E R$ 52,18 bilhões estão disponíveis para 2024 a 2026. Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029.
Para o ministro Geraldo Alckmin, a Nova Indústria Brasil dá mais impulso a esse setor tão importante para a economia brasileira. “O agronegócio brasileiro tem papel importante para garantir a segurança alimentar no mundo, e a agricultura familiar é fundamental para a produção dos alimentos que estão todos os dias em nossa mesa. A Nova Indústria Brasil, nesse sentido, alia maior coordenação das políticas de financiamento com ações de fortalecimento da nossa cadeia agroindustrial, para agregar mais valor à produção nacional, gerar emprego e aumentar ainda mais a produtividade e a sustentabilidade do nosso campo”, ressaltou o ministro. Na visão do vice-presidente, é essencial aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário, com o suprimento de máquinas e equipamentos de produção nacional, para garantir a sustentabilidade ambiental e agregar valor à produção agrícola brasileira.
Alckmin também ressaltou que o PIB do terceiro trimestre, anunciado nesta terça-feira pelo IBGE, indica um bom momento da economia e do setor industrial. "O PIB, cuja previsão era menor, cresceu, nesse terceiro trimestre, 0,9%, superando a expectativa do mercado", avaliou. No acumulado do ano até setembro, o PIB cresceu 3,3% em relação a igual período de 2023, sendo que o crescimento do PIB da indústria foi de 3,5%. "É a indústria já fazendo a diferença", pontuou o vice-presidente.
A cerimônia marcou a inclusão do Banco do Brasil ao Plano Mais Produção (P+P) como novo braço de financiamento da NIB, conferindo, sobretudo, maior coordenação das ações alinhadas à nova política industrial. As linhas de crédito do BB destinadas à NIB somam R$ 101 bilhões, o que elevou os recursos do P+P para R$ 507 bilhões.
Além do BB, o Plano Mais Produção disponibiliza recursos por meio do BNDES (R$ 259 bi), Caixa (R$ 63 bi), Finep (R$ 51,6 bi), Banco do Nordeste (R$ 16,7 bi), Banco da Amazônia (R$ 14,4 bilhões) e Embrapii (R$ 1 bi).
Metas aprimoradas e cadeias prioritárias definidas
No evento, o ministro Geraldo Alckmin apresentou as novas metas da Missão 1 da NIB para 2026 e 2033, aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). A primeira é a de elevar o crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% ao ano, em 2026, e 6% ao ano, em 2033. Como referência, o PIB Renda da agroindústria em 2023 foi de R$ 761 bi e a média do crescimento de 2019 a 2023 foi de 1,75%.
Reconhecendo a importância do uso de tratores e outros implementos, a segunda meta é de aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28%, em 2026, e 35%, em 2033. De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, em 2023, a taxa de mecanização da agricultura familiar alcançava 25%.
Por fim, a terceira meta é aumentar a tecnificação da agricultura familiar para 43%, em 2026, e 66%, em 2033. Tecnificação é o uso de equipamentos e tecnologias agrícolas que vão além da mecanização. Atualmente, 35% dos estabelecimentos são tecnificados.
O CNDI também definiu as cadeias produtivas prioritárias da missão 1, que vão ajudar a impulsionar o setor e a alcançar as metas definidas pelo CNDI. A primeira cadeia vai disseminar o uso da agricultura de precisão, com estímulo à produção nacional de drones.
O governo também quer adensar a cadeia de produção de fertilizantes e biofertilizantes, gerando valor aos produtos nacionais e reduzindo a dependência brasileira desses insumos importados. Além disso, o governo vai fortalecer a produção nacional de máquinas agrícolas e suas partes e componentes.
Novas medidas para incentivar a pesquisa e inovação no setor
Na cerimônia, o presidente Lula assinou o decreto criando o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF). O Programa tem como objetivo promover ações de pesquisa e inovação voltadas para a Agricultura Familiar, com ênfase na transição agroecológica, nos territórios, na preservação dos biomas e na sustentabilidade dos agroecossistemas, contribuindo para a segurança e soberania alimentar da sociedade brasileira.
Além disso, os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) assinaram portaria que institui o Conselho Consultivo do Programa Mais Alimentos, que terá a participação de representantes do governo, de entidades da agricultura familiar.
Alinhados com a meta da missão 1, o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Petrobras assinaram acordo para fortalecer a produção e o desenvolvimento de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas. O acordo prevê a ampliação e modernização de instalações fabris para produção nacional de fertilizantes; capacitação de profissionais; desenvolvimento de tecnologias avançadas; aprimoramento da infraestrutura e logística; transferência de tecnologia; além do desenvolvimento rural sustentável.
Também foi assinado o acordo de cooperação técnica (ACT) em inovação e mecanização entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), o MDIC e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). O objetivo da parceria é fortalecer o desenvolvimento e o acesso a máquinas e equipamentos adequados para a agricultura familiar brasileira.
BNB e Finep assinam contratos para nova fábrica de etanol de milho e inovação agrícola
Durante a cerimônia, o Banco do Nordeste (BNB) assinou contrato com a empresa Inpasa para o financiamento de uma nova planta de etanol de milho e sorgo no Maranhão. Com financiamento de R$ 600 milhões do BNB, o projeto terá um investimento total de R$ 1,3 bilhão, com potencial de geração de 351 empregos diretos na nova planta.
Além disso, a Finep firmou dois contratos, de R$ 250 milhões cada, para o desenvolvimento de produtos inovadores para o setor agropecuário. A empresa Ouro Fino Saúde Animal vai desenvolver a primeira vacina de dose única do mundo contra a doença de Glässer para suínos.
Para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores que gerem impacto no processamento industrial, o outro acordo da Finep será com a Lar Cooperativa Agroindustrial. O projeto prevê o desenvolvimento de soluções ligadas a alimentos e suprimentos para aves, buscando a automação dos processos e o uso de novas tecnologias da Indústria 4.0 visando ao aumento de produtividade, redução de custos de produção e segurança alimentar.
Total de investimentos privados para a indústria chegam a R$ 1,83 trilhão
A Nova Indústria Brasil tem estimulado o anúncio de novos investimentos do setor privado, que vão contribuir para o fortalecimento da competitividade da indústria brasileira. Até o momento, já foram anunciados R$ 1,83 trilhão de investimentos nos próximos anos:
Agroindústria - R$ 296,3 bi
Construção - R$ 1,06 trilhão
Automotivo - R$ 130 bi
Papel e Celulose - R$ 105 bi
Tecnologia da Informação e Comunicação - R$ 100,7 bi
Aço - R$ 100 bi
Saúde - R$ 39 bi