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PLANO CLIMA ADAPTAÇÃO
Plano do MDIC adaptará setor industrial a efeitos das mudanças climáticas
- Foto: Gabriel Lemes
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços iniciou oficialmente, nesta quarta-feira (3), os trabalhos para elaboração de um plano de adaptação para o setor industrial diante dos efeitos nocivos das mudanças climáticas. Durante instalação do grupo de trabalho responsável pela tarefa, o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, explicou que o plano terá um olhar diferenciado para os vários segmentos industriais e para as diversas realidades climáticas do país.
“O objetivo desse grupo é fazer um plano que permita a utilização de todos os instrumentos de financiamento, como o Fundo Clima e o Fundo Amazônia, pois todos os setores da indústria serão impactados pelas mudanças climáticas. O setor agroindustrial, por exemplo, sofre com a seca extrema e com o excesso de chuvas que pode atingir a cadeia de suprimentos e impactar o custo da produção. Vamos analisar os cenários e indicar ações para que todas as cadeias consigam se adaptar”, disse Rollemberg.
O GT do Plano Clima Adaptação – setorial Indústria terá seis meses para mapear riscos, identificar as cadeias produtivas mais vulneráveis, analisar os cenários climáticos apresentar soluções, meios de financiamento e metas de adaptação para serem atingidas até 2030. Além disso, o grupo irá indicar diretrizes para a adaptação da indústria para 2035 e 2050.
Segundo o secretário, o desafio da adaptação é conjunto e envolve as empresas e o governo. “A indústria tem que procurar alternativas e nós temos a responsabilidade de promover políticas públicas sobre o assunto”, disse. Diante disso, o GT conta com convidados permanentes do setor produtivo e da sociedade civil, além de representantes de todas as secretarias do MDIC e dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O produto desse trabalho, coordenado pela Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do MDIC, se unirá ao de outros 14 planos temáticos de adaptação em elaboração por diferentes ministérios e comporão o novo Plano Clima Adaptação, num trabalho coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Este plano, por sua vez, revisa o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), criado em 2016.
O GT iniciará os trabalhos com a realização de oficinas periódicas. As primeiras acontecem nesta quinta-feira (4), ao longo de todo o dia, na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).
O coordenador do GT e diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Francisco Paiva Avelino, avaliou alguns pontos que deverão ser observados pelo grupo. “Sabemos que o enfrentamento à crise climática é um projeto de longo prazo e deveremos pensar nos investimentos em infraestrutura e no desenvolvimento de novas tecnologias. Mas também temos que pensar na crise climática pela ótica de manutenção de empregos e renda e nos investimentos que podem ser gerados ou perdidos dependendo da forma que vamos nos comportar frente a esses desafios”, afirmou o diretor.
O Plano Clima Adaptação terá a vigência de 12 anos e deverá ser revisto a cada quatro anos. A expectativa é que os planos setoriais sejam finalizados ainda em 2024 e a estratégia geral entregue em 2025, durante a COP 30.
Além do Plano Clima Adaptação, o governo federal está trabalhando no Plano Clima Mitigação, documento que será o principal orientador para que o Brasil tenha sucesso na transição para uma economia de baixo carbono rumo à neutralidade climática. Este plano será composto por 8 planos setoriais. O MDIC, por meio da SEV, participa em conjunto com representantes da indústria e da sociedade civil da construção do plano setorial para tornar a indústria menos poluente e mais sustentável. O GT do Plano Clima Mitigação deve ser instalado nas próximas semanas.
Confira abaixo os representantes do setor industrial que participam do GT:
- Centro das Indústria de Curtumes do Brasil (CICB);
- Indústria Brasileira de Árvores (Ibá);
- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro);
- Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim);
- Pacto Global;
- Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI);
- Confederação Nacional da Indústria (CNI);
- Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI);
- Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC);
- Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC);
- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea);
- Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS);
- Associação Brasileira do Alumínio (ABAL);
- Associação Brasileira das Indústria de Vidro (ABIVIDRO);
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).