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POLÍTICA INDUSTRIAL
Inovação na indústria da Defesa terá investimento de R$ 238 milhões
Mais um avanço em direção a uma neoindustrialização forte e inovadora: o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério da Defesa e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) firmaram, nesta quinta-feira (21), em Brasília, parceria para a contratação de 22 projetos de inovação de 25 empresas brasileiras que atuam na área de defesa. No total, os projetos somam R$ 238 milhões em investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para fomentar a inovação na Base Industrial de Defesa. É o maior volume de subvenção econômica já destinado à indústria de defesa pelo FNDCT.
Os projetos foram selecionados pela Finep contemplam diferentes áreas e tecnologias, como propulsão aeroespacial, defesa cibernética e veículos não tripulados. O setor industrial de defesa é responsável por 4,8% do PIB brasileiro e 2,9 milhões de empregos de diretos e indiretos no país.
A iniciativa se alinha a uma das missões estabelecidas pelo CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial) para a elaboração da nova política industrial, que se refere ao domínio de tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais. “MCTI e Finep estão totalmente integrados ao esforço de implementação da nova política industrial. É nesse contexto que anunciamos o maior volume de recursos de subvenção econômica já destinados à indústria de defesa pelo FNDCT”, afirmou a ministra Luciana Santos, do MCTI.
Ela ressaltou que o fomento à base industrial de defesa permite ao Estado dispor de inovações imprescindíveis para o monitoramento do meio ambiente e das fronteiras, garantindo a segurança das terras indígenas, da população e do território nacional. Além disso, investimentos no complexo de defesa resultam no aumento das exportações de produtos de alto valor agregado e na geração de empregos qualificados, contribuindo para a fixação de talentos no país. “É uma indústria em que as empresas atuam em estreita parceria com Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, especialmente aquelas ligadas às Forças Armadas”, disse a ministra Luciana Santos.
Segundo Luís Felipe Giesteira, diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta Complexidade Tecnológica do MDIC, além de promoverem a interação entre centros de C&T e empresas e fomentarem a inovação em segmentos de elevada sofisticação, esses projetos fomentam a dualidade e a geração de transbordamentos para setores industriais civis. "Sistemas de guiamento e controle aplicados a VANTs poderão em breve equipar veículos híbridos autônomos fabricados no país. Programas de defesa cibernética baseados em tecnologia quântica facilitarão o desenvolvimento de inteligência artificial para aumentar a eficiência do sistema bancário. Novos materiais ajudarão a aumentar a eficiência energética de equipamentos domésticos. Sensores óticos avançados facultarão cirurgias mais precisas e com menor tempo de recuperação", exemplifica Giesteira.
O diretor destacou que, junto com outras medidas em curso no âmbito do Novo PAC e dos programas de apoio à inovação do BNDES, essa iniciativa fomentará a geração de empregos de qualidade e o aumento da competitividade em um setor de alta tecnológica "que já tem encomendas de US$ 1,7 bilhão programadas para este ano".
Já Verena Hitner, secretária executiva do CNDI, ressaltou que a base industrial de defesa depende de uma política muito bem articulada, que vincule os projetos estratégicos de defesa nacional às capacidades produtivas do país, "garantindo estabilidade a longo prazo tanto para empresas grandes como médias e pequenas".
Com informações do MCTI.