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BRAZIL INVESTMENT FORUM
Este é o momento de investir no Brasil, dizem Lula e Alckmin a investidores
O Brasil está em um grande momento para que representantes do setor produtivo nacional e internacional confiem e façam investimentos. Essa foi a principal mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a investidores que participaram, nesta terça-feira (7/11), do Brasil Investment Fórum, o maior fórum de investimentos da América Latina, realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O governo, por sua parte, garantirá estabilidade política, social, jurídica e fiscal. “Nós queremos garantir para vocês, também, a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais”, afirmou o presidente.
Desde o início desta gestão, em janeiro, já foram abertos 56 novos mercados internacionais ao Brasil. “Isso vai acontecer porque o Brasil ganhou respeitabilidade no mundo”, afirmou o presidente.
No mercado interno, Lula reforçou o papel dos bancos públicos na oferta de financiamentos a longo prazo e com juros menores para ampliar a competitividade da indústria. E destacou o momento histórico que amplia as oportunidades ao Brasil diante da busca do mundo todo por soluções para transição energética. “Vamos fazer nossa revolução industrial e oferecer oportunidade aos outros que querem investir aqui”, afirmou.
“Se depender da vontade do nosso governo, quem quiser fazer investimento para produzir carro verde, aço verde, bicicleta verde, carne verde, não precisa procurar. Tem um lugar chamado Brasil em que a natureza nos garante competitividade, nos garante sol, água, e nos garante a possibilidade de transformar o país no maior produtor de energia limpa e renovável do planeta terra.”
O vice-presidente e ministro Alckmin destacou o ano “surpreendente” que o país vive, apesar do momento de baixo crescimento no mundo. Citou a queda do desemprego, o crescimento do PIB, a queda do Risco Brasil (27%, contra 13% na média de países emergentes), o câmbio sob controle e os juros em queda. “Dizem que a confiança é a forma mais barata de estímulo econômico”, afirmou.
Alckmin também listou ações que reforçam os avanços deste governo com foco no crescimento da economia, como o Novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), que traz importantes investimentos públicos e privados; a reforma tributária em vias de aprovação; e as linhas de financiamento do BNDES e FINEP voltadas à inovação, digitalização e pesquisa e desenvolvimento.
Para o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, que promove o evento, o Brazil Investment Forum tem o propósito de retomar o protagonismo do Brasil no mundo, que foi perdido nos últimos anos. “O trabalho que estamos fazendo na Apex é um trabalho de tentar levar o Brasil para o mundo inteiro. Com o conceito novo: é do Brasil, é sustentável é para o mundo todo”, resumiu.
BIF – O 6º Brasil Investment Forum segue com uma extensa programação até quarta-feira (8/11). O evento é uma parceria entre MDIC, ApexBrasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e governo federal.
Integrantes do governo e grandes nomes da iniciativa privada apresentam, sob a ótica de diversos setores, as oportunidades de investimento e o atual ambiente de negócios brasileiro, em novo contexto econômico e social. Além de mostrar a diversidade de iniciativas que podem atrair investimentos no país, como aquelas oferecidas pelo PAC, os palestrantes discutirão temas como transição energética, desenvolvimento sustentável, inovação e tecnologia, agronegócio e negócios de impacto.
No espaço a seguir, registraremos os destaques dos painéis que contarão com a presença de porta-vozes do MDIC:
PAINEL 1 – O Brasil no Caminho do Futuro
Durante o painel “O Brasil no Caminho do Futuro”, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, afirmou que, no mundo pós-Covid, o conceito de soberania é que tem guiado as principais nações em suas políticas industriais, e que o Brasil deve seguir o mesmo caminho.
“A gente precisa avaliar o que o mundo está fazendo – os EUA, a Europa, a Ásia... Ter cadeias mais resilientes, mais fortes, é fundamental para uma palavra que direciona e coordena todas essas ações no mundo: que é soberania. E é isso que estamos buscando. Não queremos transformar nosso potencial verde numa neocolonização verde. O Brasil não quer exportar o lítio apenas, mas produzir a bateria elétrica. O Brasil quer ter capacidades nacionais desenvolvidas”, disse.
Para crescer de forma sustentável e a longo prazo, segundo Moreira, é fundamental pensar em mecanismos e políticas que elevem a taxa de investimentos na economia brasileira. “Nesse sentido, as parcerias concebidas pelo PAC, com investimentos de R$ 1,7 trilhão, serão fundamentais para que a gente avance nos próximos anos, promovendo um processo de inserção social nos benefícios da riqueza produzida pelo país”.
Participaram desta painel, ao lado de Uallace, a vice-presidente de países do BID, Anabel González, o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt; o CCO Citi Brazil, Marcelo Marangon; e o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. A mediação foi do chefe de redação do Valor Econômico, Fernando Exman.
PAINEL 4 - O Poder das oportunidades regionais
A secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior, Marcela Carvalho, apresentou um panorama sobre os fluxos de investimento no país e na América Latina dentro do painel “O poder das oportunidades regionais”. Segundo ela, enquanto no mundo houve queda global, no Brasil e na América Latina, a tendência foi oposta, com aumento no recebimento de investimentos diretos.
No Brasil, os investimentos passaram de US$ 51 bilhões de dólares em 2021 para US$ 86 bilhões em 2022, colocando o Brasil em 5ª posição no ranking mundial, segundo a UNCTAD, e 3º no ranking da OCDE. Quase metade do fluxo relacionada a energias renováveis — energia eólica, solar e biomassa. “O governo brasileiro tem trabalhado bastante para atrair investimentos exatamente nessas áreas. Em especial o MDIC, com a política de neoindustrialização sustentável e a política de descarbonização. Uma atuação alinhada às missões da política industrial, definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que também refletem esse fluxo global”, afirmou Marcela Carvalho.
A secretária destacou o trabalho do programa Investe Mais Brasil, plano de ação para facilitar a atração de investimentos produtivos sustentáveis, elaborado pelo Comitê Nacional de Investimentos, e convidou representantes dos estados a participarem de discussões mais ativas no comitê. “Fica o convite para atuarmos muito próximos em questões de facilitação de investimentos, questões regulatórias, e na busca por esses investimentos e na preparação para que a gente consiga trazer o investimento.”
Participaram deste painel o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel; o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa; e o CEO da Prumo Logística, Rogério Zampronha, com a mediação de María Florencia Attademo-Hirt, gerente geral do Departamento do Cone Sul do BID.
PAINEL 5 - A Construção de uma Nova Indústria
Tema do debate do Painel 5, a construção de uma nova indústria é justamente o trabalho que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) tem feito desde abril, quando foi reinstalado pelo governo com a missão de criar a nova política industrial, que será entregue ao presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro.
“Temos uma missão que é pensar como o Estado pode agir como indutor do processo de desenvolvimento industrial”, disse a secretária executiva do CNDI, Verena Hitner, ao apresentar as seis missões da nova política industrial.
“Não se trata de uma política de um ministério, mas de uma política do estado brasileiro, que visa não subsidiar um determinado setor, mas construir, por meio das missões de desenvolvimento industrial, soluções de respostas para problemas da sociedade que precisam, necessariamente, de soluções conjuntas”, explicou.
A secretária destacou, ainda, que o mundo inteiro - Estados Unidos, União Europeia, China - está discutindo política de desenvolvimento industrial. “A pandemia mostrou para todo mundo quais são as vulnerabilidades que nós temos, enquanto economia, para suportar momentos de crise de maneira soberana. Mas também mostrou a importância que a indústria tem como um instrumento desse processo de crescimento do nosso país”, avaliou.
Com moderação do editor da Exame Luciano Pádua, o painel também contou com a participação do diretor executivo da Jaguar Land Rover, François Dossa, do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon.
PAINEL 7 - Investimentos de Impacto e Agenda ESG: Soluções para um Futuro Sustentável
O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, destacou as oportunidades de negócios que se abrem a partir do enfrentamento de dois grandes desafios: a desigualdade social e a emergência climática.
“É imperativo tratar desses dois temas conjuntamente. E a boa notícia é que isso pode abrir diversas oportunidades de negócios”, disse Rollemberg, ao destacar como a descarbonização e a transição energética se alinham ao potencial do Brasil para investimentos em áreas como hidrogênio verde e biocombustíveis.
“É muito importante que a gente faça isso, contribuindo para a descarbonização do planeta, exportando hidrogênio. Mas, sobretudo, atraindo a cadeia de suprimentos, de aerogeradores, de outros insumos. Atraindo também as empresas intensivas em energia, produzindo aço verde, cimento verde, fertilizante verde, produtos manufaturados de alto valor agregado verde. Com isso, aumentando a competitividade da indústria nacional”, ressaltou o secretário.
Rollemberg também falou sobre a importância da criação da Estratégia Nacional de Economia de Impacto (Enimpacto). “Objetivo é articular ações do governo, do empresariado, da sociedade civil para ampliar os negócios de impacto no país, ampliar o investimento, buscando a resolução de problemas sociais e ambientais, com geração de receita, com geração de lucro”, concluiu o secretário.
Com moderação do diretor-gerente do BID Invest, Luiz Gabriel Todt de Azevedo, o Painel 7 - Investimentos de Impacto e Agenda ESG: Soluções para um Futuro Sustentável, também contou com a participação da vice-presidente de Business Development and Government Engagement da Microsoft, Alessandra Del Debbio; da head de Relações Governamentais do Banco Santander, Gabriela Bertol; e do presidente da Hitachi South America para a América do Sul, Yasutoshi Miyoshi.
PAINEL 12 - Brasil: Moldando o Crescimento e a Inserção Internacional
No último painel do Fórum Brasil de Investimento, a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, ressaltou a importância da reforma tributária para aumentar a competitividade da indústria brasileira.
“O Brasil ainda é um país que exporta tributos. Evidentemente que isso desfavorece a competitividade do produto brasileiro lá fora. Afinal de contas, nossas mercadorias carregam um resíduo tributário em função da cumulatividade do modelo brasileiro, que pode chegar a cerca de 7%. Então, a reforma tributária tem essa contribuição muito significativa para desonerar as nossas exportações e trará ganhos muito significativos para o país, para a competitividade da nossa economia”, explicou a secretária.
De acordo com Tatiana, o Brasil está em um momento de reinserção na economia internacional, a partir das suas credenciais de sustentabilidade.
“A relação entre comércio e sustentabilidade, comércio e clima, é algo que veio para ficar. É uma oportunidade para que o Brasil se reposicione no mundo a partir das credenciais de sustentabilidade dos seus produtos”, avaliou a Tatiana Prazeres.
Com moderação da repórter da Bloomberg Martha Beck, o Painel 12 também teve a participação do gerente do Setor de Integração e Comércio do BID, Fabrizio Opertti.