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Troca de experiências e incentivo mútuo marcam seminário sobre mulheres em PI
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) esteve presente no 1° Seminário Internacional de Mulheres em Propriedade Intelectual, realizado nesta quarta-feira (15/3) no Rio de Janeiro (RJ). O evento teve por objetivo fortalecer a rede de diversidade e inclusão na propriedade intelectual (PI) e apresentar temáticas relacionadas ao tema como novas tecnologias e pauta de gênero.
O MDIC foi representado pela Coordenadora de Propriedade Intelectual, Natália Ruschel. Com inscrições gratuitas e conduzido em formato híbrido, o evento foi promovido pelo grupo PI Female, que reúne 135 profissionais atuantes no setor. A troca de experiências e o incentivo mútuo para ações afirmativas nas instituições marcaram o seminário.
Natália Ruschel participou de dois painéis. No primeiro, sobre “Inteligência Artificial”, ela apresentou as atualizações sobre os debates de governança e regulação de Inteligência Artificial no Brasil, ao lado de representantes mulheres dos governos do Reino Unido, Canadá, Suíça e Cingapura.
No segundo painel, a representante do MDIC falou sobre as iniciativas do governo brasileiro direcionadas às mulheres (facilitação de crédito para empreendedoras, lei para garantir igualdade salarial, ampliação das unidades de assistência a mulheres, destinação de mais recursos para o Ministério da Mulher, entre outras). Também explicou sobre como a Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual (ENPI) pode contribuir para a maior inserção das mulheres no sistema nacional de propriedade intelectual.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia vinculada ao MDIC, também esteve presente no evento. O INPI apresentou o histórico do seu Comitê Estratégico de Gênero, Diversidade e Inclusão (CEGDI), constituído a partir de um diagnóstico feito no âmbito do projeto INPI para o Século XXI, financiado por um fundo do governo britânico (Prosperity Fund) e representado pela adida de propriedade intelectual no Brasil, Angélica Garcia.
A coordenadora do CEGDI, Rafaela Guerrante, ao lado da também coordenadora Larissa Ormay, falou sobre aspectos que impulsionaram a iniciativa: entender a experiência de outros escritórios de propriedade industrial (PI), reunir servidoras e servidores que estudam ou se interessam pelo tema e participar de redes de mulheres. Para ela, a organização em rede é fundamental para a formação de comitês como o do INPI.
Os estudos de patentes têm grande potencial para embasar a criação de políticas públicas. A pesquisadora do INPI Priscila Rohem dos Santos apresentou o “Mapeamento de Patentes de Tecnologias Nacionais Relacionadas a Fontes Renováveis: Biocombustíveis” , que conta com diagnóstico da participação por gênero de inventores e depositantes do tipo pessoa física. No primeiro caso, as mulheres são 33%; no segundo, 9%.
Mulheres e tecnologia
Na abertura do evento, a palestra magna foi realizada por Erin Young, que abordou o uso da Inteligência Artificial no mundo atual. Young é pesquisadora no programa de Políticas Públicas do Alan Turing Institute (o Instituto Nacional de Ciência de Dados e Inteligência Artificial do Reino Unido), no qual é uma das líderes do projeto Women in Data Science and AI .
O Seminário teve também o depoimento da inventora Kamilla Silva Barbalho, que criou, junto com outras três mulheres, uma spin-off de soluções biotecnológicos para tratar efluentes industriais. Os cursos oferecidos pelo Sebrae e as mentorias do INPI contribuíram para a redação do pedido de patente e o depósito no Instituto. Segundo ela, muitos investidores com os quais se reúnem perguntam se a solução tecnológica tem a patente depositada. Ainda como resultado desses treinamentos, as sócias registraram a marca da empresa.
Patrícia Neves, da Fiocruz, também apresentou sua experiência como inventora que atua no desenvolvimento de produtos para saúde pública. Ela é uma das coordenadoras de um projeto que está na fronteira tecnológica: uma vacina de RNA mensageiro contra a Covid-19 . A fundação foi selecionada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aumentar a capacidade de produção e ampliar o acesso ao imunizante na América Latina.
PI Female
Grupo foi fundado para que mulheres do ramo de Propriedade Intelectual possam compartilhar ideias e como aumentar a participação delas na área de PI.
Com contribuições do INPI