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TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Piauí lança pedras fundamentais de projetos de hidrogênio verde
Em solenidade realizada nesta sexta-feira (15/12), em Luís Correia (PI), o governo do estado do Piauí lançou as pedras fundamentais de dois projetos de produção de hidrogênio verde. Em parceria com o setor privado, a iniciativa prevê investimentos de R$ 200 bilhões, até 2035, nas instalações do recém-inaugurado Porto Piauí.
Alinhadas com a política de descarbonização da economia brasileira, as plantas industriais serão instaladas na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, que abrange o novo porto, 351 quilômetros ao norte de Teresina. Produzido a partir de fontes de energia limpa, o hidrogênio verde é apontado como principal substituto dos combustíveis fósseis no futuro.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin, participou da solenidade do que considerou “o maior exemplo da nova indústria, inovadora e verde”. “Aliás, várias indústrias: indústria de hidrogênio, indústria da amônia, um complexo industrial verde e descarbonizado”, ressaltou.
Alckmin celebrou o fato de que, com as energias renováveis, o Nordeste e, em especial, o Piauí, deixará de ser apenas exportador de excedente de energia para se industrializar com a nova indústria, inovadora e sustentável.
“O compromisso do presidente Lula é desenvolvimento inclusivo, com emprego, renda, melhorar a vida das pessoas, com estabilidade, sem inflação, com sustentabilidade”, completou o vice-presidente.
A implantação dos projetos no Piauí está alinhada ao programa de neoindustrialização, à visão do governo federal de descarbonização e à sua política pública para as ZPEs. Todos os projetos apresentados para implantação na ZPE de Parnaíba serão avaliados pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação – CZPE e poderão, em caso de adequação, ser aprovados já em 2024.
Governador do Piauí, Rafael Fonteles destacou a importância dos projetos de hidrogênio verde para o Nordeste brasileiro. “Nós estamos diante, com esse projeto, da verdadeira e nova industrialização do Nordeste brasileiro. E o senhor está liderando o tema da neoindustrialização, e essa industrialização não pode ser artificial, como muitas vezes se tentou promover”, afirmou Fonteles.
“Precisamos industrializar o Nordeste, o Piauí, a partir das nossas próprias vocações. E a nossa vocação chegou, é a indústria verde”, acrescentou o governador.
Ex-governador do Piauí, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ressaltou a importância do projeto no processo de transição energética do país.
“Sim, este é um momento histórico para o Piauí, para o Brasil e para o mundo. O que estamos fazendo aqui é histórico, pelo volume de investimentos, pelo número de empregos que vamos gerar, e histórico pela parceria com a União Europeia. Estamos fazendo história porque nós vamos contribuir, provavelmente, numa potência que poucos lugares poderão, para conter as mudanças climáticas no planeta”, destacou o ministro.
PORTO PIAUÍ - A primeira etapa do Porto Piauí foi inaugurada nesta quarta-feira (13) pelo governador Rafael Fonteles, quando o equipamento obteve a autorização do Ministério dos Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para operar. A área recebeu obras de infraestrutura portuária, incluindo a dragagem do canal de acesso no rio Igaraçu, com 3,5 quilômetros de extensão e profundidade de 7 metros, na maré baixa, e de 9 metros, na alta. Por meio da Investe Piauí, o governo do estado aportou recursos para estabelecer as instalações iniciais, que já contam com um cais de 180 metros de comprimento, retroárea (espaço contíguo ao cais), urbanização da via, ambiente de acesso onde será construído o centro administrativo do porto, além do pátio de contêineres e do pátio de mercadorias em geral. O Porto Piauí é o primeiro porto marítimo do estado, único litorâneo que não possuía o equipamento logístico fundamental para o comércio exterior e desenvolvimento local.
ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO (ZPE) DE PARNAÍBA - As ZPEs são áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens para exportação, com tratamentos tributário, cambiais e administrativos específicos. As empresas instaladas nessas áreas podem também contar com isenção de ICMS, pelo governo estadual. Essas zonas primárias buscam fortalecer a balança de pagamentos, atrair investimentos estrangeiros, fortalecer a competitividade das exportações brasileiras, gerar empregos e difundir novas tecnologias no país. Criada em 2010, a ZPE de Parnaíba está alinhada com a atual vocação econômica do Piauí, contando, inicialmente, com quatro terminais a serem construídos: terminal de pescado, terminal de grãos e fertilizantes, terminal de cargas e descargas em geral e terminal de hidrogênio verde e amônia.
HIDROGÊNIO VERDE - O governo do Piauí estabeleceu parcerias estratégicas para construção de um dos maiores projetos de produção de hidrogênio verde no mundo, tornando o produto uma das linhas principais de comércio exterior da ZPE de Parnaíba. As empresas Green Energy, da Croácia, e Solatio, da Espanha, vão realizar os investimentos, com previsão de geração de 20GW de potência, nas duas plantas, e criação de 20 mil empregos até a conclusão dos projetos, em 2035. O projeto prevê a exportação de hidrogênio verde para a Europa, o Oriente Médio e a Ásia. Ao todo a iniciativa vai mobilizar investimentos de cerca de R$ 200 bilhões, com previsão de início das obras ainda em 2024. Além disso, o estado tem um acordo com a União Europeia para aplicação de mais de R$ 60 bilhões na produção do novo combustível, como parte da expansão de projetos do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).