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Secretária Nacional da Criança e do Adolescente participa de oficina sobre Família Acolhedora
A secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Claudia Vidigal, defendeu nesta quarta-feira (31), maior divulgação de informações sobre o serviço de Família Acolhedora, durante evento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) sobre o tema. Essa é uma modalidade de acolhimento em que famílias são cadastradas e preparadas para acolher temporariamente, em suas residências, crianças afastadas da família de origem e que seriam encaminhadas para abrigos.
Segundo a secretária, esse serviço ainda é pouco conhecido no Brasil, inclusive entre os gestores públicos. “Estamos profissionalizando mais um serviço de acolhimento necessário, mais humano, afetivo e capaz de oferecer singularidade e olhar individualizado a cada criança, sobretudo para as crianças pequenas, que precisam dessa atenção”, disse Vidigal.
A meta do MDSA é zerar até 2018 o número de crianças entre 0 e 6 anos em abrigos.De acordo com o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas, o Brasil tem 12 mil meninos e meninas nessa faixa etária em serviços de acolhimento, a maioria em abrigos. Nesses casos, uma das soluções seria o atendimento por Famílias Acolhedoras até que essas crianças possam retornar para suas famílias de origem ou sejam encaminhadas para adoção.
Para ampliar o serviço, o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, assinou nesta quarta-feira duas novas medidas: a portaria que dispõe sobre repasse de subsídios financeiros às famílias acolhedoras e o termo de doação da campanha promovida pela prefeitura de Campinas/SP sobre o Serviço de Família Acolhedora para que ela possa ser replicada em nível nacional.
“Esse tema se encaixa na luta histórica de valorização do inicio da vida e dos programas de primeira infância. Desde a década de 90, a ciência mostrou que ocorre um processo incrível e fantástico nos primeiros anos de vida que nunca mais vai se repetir. Nos primeiros três anos de vida se organizam todos os potencias humanos que vão ser usados dali pra frente: habilidades, inteligência, socioemocional, controle de impulsos, capacidade de conviver, empatia”, explicou o ministro.
Segundo o ministro essas pesquisas reforçam a importância do atendimento de crianças de 0 a 6 anos por famílias acolhedoras. “É importante que uma família esteja com essa criança e dê suporte emocional para que ela desenvolva todas as suas potencialidades”, disse.
Números – Dados do Censo do Sistema Único da Assistência Social (Censo Suas) 2016 mostram que 522 municípios têm o serviço de Família Acolhedora, que atende 1.837 crianças e adolescentes. Ao todo, 2.341 famílias brasileiras estão aptas a realizar esse acolhimento.
O Família Acolhedora atende crianças e adolescentes em medidas protetivas por determinação judicial, em decorrência de violação de direitos (abandono, negligência, violência) ou pela impossibilidade de cuidado e proteção por sua família. O serviço garante atenção individualizada e convivência comunitária. Para fazer parte, as famílias interessadas devem passar por um processo de seleção, capacitação e acompanhamento.