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Ministra Luislinda Valois recebe representantes do CICV e familiares de desaparecidos
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, recebeu na manhã desta segunda-feira (17/05), uma comissão formada por representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha – CICV e por familiares de desaparecidos políticos e do movimento Mães da Sé, para tratar das questões relacionadas à busca de mortos e desaparecidos e todas as implicações dessas atividades.
Na ocasião, a ministra ouviu histórias dos familiares que possuem parentes desaparecidos, além de receber orientações dos participantes para o desenvolvimento de ações de busca, localização, identificação de pessoas desaparecidas e apoio aos seus familiares.
As atividades do Grupo de Trabalho Perus (GTP), desenvolvidas pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, desde 2013, analisa as ossadas do cemitério de Perus. A vala foi utilizada como local de despojo de restos mortais de desaparecidos políticos da ditadura, onde foram encontrados restos mortais de cerca de 1.049 indivíduos.
Com base na experiência do trabalho do CICV com o tema de pessoas desaparecidas em outros países e no conhecimento adquirido pelo Comité ao desempenhar atividades de assessoria técnica no Brasil, a instituição entregou recomendações no sentido de apoiar as autoridades brasileiras em adotar uma resposta estatal e contribuir com a adoção de uma abordagem holística em relação às diversas e graves consequências que o desaparecimento de um familiar pode causar, independentemente das razões, circunstâncias ou tempo transcorrido desde o desaparecimento.
O Comitê também sinalizou o interesse de desenvolver no Brasil, um grupo de trabalho interministerial, para facilitar as investigações, além de trazer ações bem-sucedidas desenvolvidas pelo CICV, em mais de 19 países nessa área.
Luislinda se prontificou a contribuir com as atividades desenvolvidas, e também solicitou a colaboração em projetos a serem executados pelo MDH, por meio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Exposição
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha aproveitou a ocasião e divulgou a exposição “A falta que você faz”, que retrata o duro cotidiano e as incertezas vividas – às vezes por décadas – pelos familiares de pessoas desaparecidas. Cerca de 40 imagens foram feitas pela fotógrafa Marizilda Cruppe e vídeos com depoimento dos familiares.
A exposição permanecerá entre 17 de maio e 11 de junho, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República.