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Paraíba implanta modelo de escola cidadã em unidades socioeducativas
A Paraíba lançou, nesta segunda-feira (24), um novo modelo de escola pública para atender os adolescentes em conflito com a lei que cumprem medidas nas unidades socioeducativas da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac). O programa Educação Cidadã Integral Janela para o Futuro vai oferecer educação em tempo integral e qualificação profissional aos adolescentes em restrição de liberdade.
Considerada uma ação pioneira no Brasil, a iniciativa, segundo o coordenador-geral do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, Ricardo Peres, poderá subsidiar também outros estados do país. “O processo de escolarização formal direcionado aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, especialmente de internação, é algo muito importante para o Sistema Socioeducativo. Iniciativas como a da Fundac podem trazer para todos os demais estados um grande avanço no que tange a escolarização de adolescentes privados de liberdade”, explicou.
O foco do programa é a formação dos jovens e adolescentes por meio de um desenho curricular diferenciado e com metodologias específicas, garantindo a preparação deles para o mundo do trabalho e contribuindo, assim, com a construção de um projeto de vida. Além das disciplinas obrigatórias, os estudantes poderão escolher matérias para enriquecer o currículo, como música, teatro, esporte, empreendedorismo, profissionalização, entre outras modalidades, além de aulas de informática e laboratoriais.
De acordo com o presidente da Fundac, Noaldo Meireles, este é um momento marcante para a socioeducação da Paraíba e do Brasil. “É muito bom poder contar com o apoio de todos que, diariamente, se dedicam a esta política pública de atenção a jovens e adolescentes em conflito com a lei, que estão internos nas unidades da Fundação, e é gratificante ver a socioeducação acontecer no estado da Paraíba”, comemorou.
O programa apresentado na Paraíba se destaca ao propor uma forma de escolarização que considera as especificidades desses adolescentes. Uma das inovações foi a contratação de professores com dedicação exclusiva aos estudantes privados de liberdade, ou seja, com dedicação exclusiva, habilidade e perfil para atender os jovens em cumprimento de medida socioeducativa.
“Historicamente os adolescentes que estão apreendidos, em muitas ocasiões, não são atendidos na integralidade do que a legislação exige em relação à oferta de escolarização. Por outro lado, muitas vezes é direcionado a eles um movimento de escolarização que não atende as demandas e especificidades desses jovens, como defasagem de idade e série e dificuldades de aprendizagem”, concluiu Ricardo Peres.
A substituição do modelo tradicional de Escola Pública para a Escola Cidadã Integral teve início nessa segunda-feira (17) com a acolhida dos jovens e adolescentes em conflito com a lei e se estenderá durante toda a semana com planejamentos e apresentação da nova metodologia de ensino em tempo integral aos socioeducandos, familiares e funcionários.
Com informações da ASCOM/FUNDAC