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Comissão de Direitos Humanos da Câmara debate situação de crianças e adolescentes em serviços de acolhimento
O Brasil tem hoje 46.969 crianças e adolescentes em serviços de acolhimento, a maioria em abrigos. Desses, 7.724 aguardam por um processo de adoção e os demais esperam o retorno para a família de origem. Para encontrar caminhos que garantam a esses meninos e meninas o direito a convivência familiar e comunitária, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados promoveu nesta quarta-feira (5) uma audiência pública sobre o tema.
No evento, a secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Claudia Vidigal, defendeu que a adoção não é o único caminho para quem está nos serviços de acolhimento. “É preciso a humanizar todo o processo. Essa não é uma audiência sobre adoção, mas sobre crianças e adolescentes separados de sua família e que vivem um sofrimento. Temos que pensar em diversas estratégias e sair do debate da adoção, como se essa fosse a única solução para todas as crianças que vivem em abrigos. As famílias vivem crises e precisam de políticas de acolhimento, e essa política precisa ser humanizada”, disse.
A secretária destacou o fortalecimento de outras ações como o apadrinhamento afetivo, em que voluntários constroem vínculos afetivos com as crianças e adolescentes que têm remotas chances de adoção, e das famílias acolhedoras, modalidade em que famílias são preparadas para acolher temporariamente, em suas residências, crianças afastadas da família de origem. Além disso, destacou a necessidade de políticas específicas para os adolescentes que saem dos serviços de acolhimento aos 18 anos. “Eles precisam de apoio financeiro, social, emocional e profissional para que tenham mais autonomia e saiam melhor preparados para a vida fora do abrigo”, concluiu.