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Crianças e adolescentes debatem direito à participação
A participação enquanto Direito Humano de Crianças e Adolescentes
“A gente tem nossos direitos e eles têm que estar garantidos”, defendeu Maria Clara, cearense de 11 anos. A participação dos próprios sujeitos de direito no debate sobre políticas públicas para o segmento é uma importante conquista desta edição da conferência, que tem a presença de quase 500 meninos e meninas, um terço do público total.
“Daqui sairão crianças e adolescentes capacitados para chegar em seus municípios e fazer empoderamento juvenil”, acredita Tiago Modena, adolescente que representa Rondônia no G38 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e um dos moderadores da mesa.
“O papel de vocês aqui é assegurar que a participação continue a acontecer”, disse Alessa Sumizono, representante do Ceará no G38. Ela apontou a falta de estrutura dos conselhos como o principal obstáculo na garantia dessa atuação.
Marco Antônio da Silva, o Markinhos, conselheiro do Conanda e também moderador da mesa, acredita ser fundamental que a conferência produza uma resolução para a participação das crianças e adolescentes nos conselhos de direitos e também que garanta espaço para a atuação de meninos e meninas em conferências sobre temáticas relacionadas a eles.
Jonathan Teixeira, 10 anos, do Rio de Janeiro, empolgou a plenária. Para ele, a conferência “serve pra conferir as coisas que estão acontecendo no nosso país. O que adianta a gente falar e não conferir?”. O menino da Fundação Circo Baixada disse que o espaço serve principalmente “para ouvir a opinião das crianças e dos adolescentes”.
Adolescentes e Movimentos Sociais
Luis Augusto Santos Silva, do Movimento Passe Livre (MPL), falou sobre a luta do movimento por “um mundo sem catracas” e lembrou que “nós, adolescentes, sabemos o que é não ter direito à cidade, não ter direito a dar um rolê porque a passagem é cara”. Para ele, a má qualidade do transporte público “é mais uma forma de precarizar os direitos da infância”.
“Vim aqui falar pra vocês o que eu passei nos 45 dias mais loucos da minha vida”, disse a secundarista Rafaela Bonifácio, do movimento Ocupa Escolas, sobre a ocupação da Escola Estadual de Diadema, de São Paulo. Ela relatou o processo de organização do movimento estudantil para evitar o fechamento de escolas estaduais, proposto pelo governo do Estado. “A maior arma do adolescente é o livro”, avalia. Rafaela conta que os estudantes buscaram no ECA e na Constituição os “direitos que asseguram a ocupação da escola”, como direito à educação pública de qualidade e o direito de ir e vir, citou. “Se essa plenária aqui a gente ocupar, sala de aula vai virar”, concluiu.
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