Notícias
Secretário de Direitos Humanos enfatiza necessidade de desconstrução da cultura de violência no país
Na abertura solene do Concurso Nacional Sistemas Internacionais de Direitos Humanos, nesta segunda-feira (9), em Brasília (DF), o secretário especial dos Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Rogério Sottili, falou para universitários de todo o país sobre a necessidade de desconstrução da cultura de violência no Brasil.
“Um país que iniciou sua história com o extermínio dos índios, que passou por três séculos de escravidão, enfrentou a ditatura civil-militar e ainda vivencia preconceitos contra mulheres, população em situação de rua ou população LGBT, precisa trabalhar a desconstrução dessa cultura de violência com um novo processo histórico, firmando a cultura, a educação e a promoção dos direitos humanos. Afirmo que vocês sairão desse concurso pessoas melhores”.
Durante o encontro, que se estende até o final desta semana e reúne 32 equipes classificadas de 19 estados do país, Sottili também falou do momento político e ideológico em que a nação brasileira passa: “Infelizmente, passamos por um momento difícil, em que a democracia está sendo contestada, com movimentos de discursos de ódio, com grupos pedindo a volta da ditadura, de homofobia e xenofobia. A política pública precisa ter como centro a pessoa humana. Temos que enfrentar as dificuldades atuais com determinação de se abrir para o conhecimento, para a experiência e assim contribuir para termo um Brasil que comemore as diferenças, não que as tolere”.
O secretário de Direitos Humanos também comentou sobre o mapa da violência divulgado nesta segunda (9), que retrata o aumento de homicídios no país contra mulheres negras. Conforme o estudo, houve aumento de 54% em dez anos no número de homicídios de mulheres negras, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quantidade anual de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013. A pesquisa foi elaborada pela pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e contou com o apoio do escritório no Brasil da ONU Mulheres, da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
Participaram da mesa de abertura solene do Concurso Nacional Sistemas Internacionais de Direitos Humanos, a Diretora-Adjunta do Escritório da UNESCO em Brasília, Marlova Jovchelovitch Noleto, o Coordenador-Residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Niki Fabiancic; a Diretora Regional da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Adriana RigonWeska, o presidente da Escola Nacional de Administração Pública, Gleisson Cardoso Rubin e a coordenadora-geral de Educação em Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Christiana Freitas.
Concurso – conta com a participação de estudantes universitários de todo o país, com o objetivo de contribuir para uma cultura de direitos humanos no Brasil, por meio da disseminação de conhecimentos sobre os Sistemas Internacionais de Direitos Humanos e da consolidação de uma rede dedicada ao estímulo à pesquisa e à qualificação da atuação do Estado brasileiro na temática.
O certame contará com duas etapas: a escrita e as rodadas orais. A partir de casos fictícios de violações de direitos humanos passados em um país imaginário, os participantes deverão elaborar documentos escritos e simular situações reais observando a normativa e o funcionamento dos órgãos dos Sistemas Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos.
As rodadas orais, para as quais serão selecionadas entre 12 (doze) e 32 (trinta e duas) equipes, são realizadas entre os dias 9 e 13 de novembro de 2015 na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), SAIS Área 2, A, s/n - Setores Complementares, Brasília – DF.
Assessoria de Comunicação Social