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Ministra Ideli Salvatti pede reflexão social sobre violações de direitos humanos em seminário sobre ditadura
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Ideli Salvatti, abriu na tarde desta terça-feira (31) o seminário “Democracia e Ditadura: memória e verdade contra autoritarismos do presente”, na Universidade de Brasília (UnB), onde agradeceu o espaço de debate e reforçou a relevância de discutir sobre um período de severas violações dos direitos humanos como o período da ditadura civil-militar.
“Temos que manter essas oportunidades de debater e fortalecer a democracia, que prioriza a busca de oportunidades iguais para todos os brasileiros e brasileiras. As nossas universidades merecem uma atenção muito especial. Temos que nos procurar para falar sobre direitos humanos em um momento como esse de recrudescimento à intolerância, ao ódio e ideias mais retrógadas e preocupantes para quem defende a democracia”, afirmou a ministra.
Ideli fez referência ao debate sobre a redução da maioridade penal. “Não poderia deixar de comentar aqui que, hoje, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados conseguiu aprovar a admissibilidade da PEC da redução da maioridade penal. Se não conseguirmos reagir ao conservadorismo, vamos ter retrocessos significativos que afetam diretamente à juventude do nosso país. Temas como este nos fazem refletir sobre situações que não permitem melhorias de determinados segmentos e propagam ataques à Pátria. Não veicule, não difunda a violência, preconceito ou intolerância”, disse.
Durante o evento, a ministra dos Direitos Humanos falou ainda da necessidade de uma mobilização pelas redes sociais a respeito dos crimes de ódio. “As redes se tornaram terra de ninguém. É importante que tenhamos a capacidade de perceber e discernir o que é interesse do nosso país. Tem gente pedindo intervenção militar, achando que na ditadura não havia corrupção ou desvio de recursos. Tem pessoas indo às ruas fazendo apologia do período ditatorial, dando palavra a torturador. As universidades mais do que nenhum outro espaço é um espaço propício para que mantenhamos o debate para falar sobre os ataques que a pátria sofreu”, afirmou Ideli.
O seminário foi aberto ao público e teve o objetivo de discutir a importância da memória e verdade sobre as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante o período da ditadura civil-militar, na data em que se completam 51 anos do golpe de 1964.
A constituição de uma memória coletiva sobre o passado, torturas e desaparecimento de pessoas, análises das manifestações do dia 15 de março, o encerramento da Comissão Nacional da Verdade e de outras Comissões da Verdade estaduais, municipais ou setoriais, além do significado da Justiça de Transição no Brasil foram debatidos durante o evento.
Participaram do seminário, a vice-reitora da UnB, Sônia Báo, o ex-reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Júnior, a Decana de Gestão de Pessoas, Maria Angela Guimarães, o representante da Comissão da Verdade “Anísio Teixeira” da Universidade de Brasília, José Otávio Nogueira Guimarães, o representante da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Rafael Schincariol, a Vice-Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Sueli Bellato, o conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça (Faculdade de Direito UnB), Prof. Cristiano Paixão, e os professores de Filosofia Gilberto Tedéia e Maria Cecília Pedreira de Almeida.
Assessoria de Comunicação Social