Notícias
Estudo demonstra que negros têm 2,5 vezes mais risco de ser assassinados
O ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, destacou nesta quinta-feira (7) a importância do envolvimento de todos os atores da sociedade no enfrentamento da violência contra a juventude. “O fenômeno é multidimensional, e qualquer solução isolada é temerária. É preciso uma abordagem integral que promova, de fato, a garantia de direitos humanos”, afirmou o ministro durante debate sobre o relatório Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial (IVJ).
“O levantamento mostra claramente que existe um componente de discriminação racial e outro territorial”, afirmou o ministro. Segundo o relatório, os jovens negros são as principais vítimas e estão em situação de maior vulnerabilidade à violência no Brasil. Os negros de 12 a 29 anos correm mais risco de exposição à violência do que brancos da mesma faixa etária. No caso específico dos homicídios, o risco de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é, em média, 2,5 vezes maior do que uma pessoa branca.
No Nordeste situação é mais grave - Os dados de homicídios foram obtidos no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. O Nordeste é a região com maior distância entre a taxa de homicídios de jovens negros e brancos. Em 2012, foram assassinados 87 jovens negros para cada grupo de 100 mil jovens negros na região, ante 17,4 jovens brancos para cada grupo de 100 mil jovens brancos. Em outras palavras, o risco de um jovem negro nordestino ser assassinado era quase quatro vezes maior que um jovem branco nordestino.
O relatório é resultado de parceria entre a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Ministério da Justiça e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil. O IVJ será utilizado pelo Plano Juventude Viva, da Secretaria Nacional de Juventude, para orientar políticas públicas de redução da violência contra jovens no país.
Participaram do debate o secretário Nacional de Juventude, Gabriel Medina; o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro; a diretora da Unesco no Brasil, Marlova Noleto; a representante especial das Nações Unidas sobre Violência contra Crianças, Marta Pais; e o secretário-executivo do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul, Paulo Abrão.