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Pepe Vargas faz apelo à sociedade por mais tolerância religiosa em audiência pública
O ministro dos Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Pepe Vargas, participou nesta sexta-feira (26) de audiência pública sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro. Kaylane Campos, de 11 anos, que levou uma pedrada na cabeça ao sair de uma festa de candomblé, na semana passada, abriu a audiência pública fazendo um pedido à sociedade brasileira: "Falo em nome de todas as crianças de todas as religiões. Que a gente possa sair de branco sem ser agredida”, disse.
Durante o evento, Pepe Vargas também fez um apelo por tolerância à sociedade. "Aquela pedra não atingiu somente a ti, Kaylane. Atingiu a toda a sociedade democrática”. Lembrou ainda que a SDH tem um comitê de diversidade religiosa e um debate aberto com o Ministério da Educação para tratar do tema nas escolas. Mas salientou que essa não deve ser uma preocupação apenas do governo. "Para que tenhamos uma mudança profunda na sociedade, toda a sociedade precisa se envolver."
Intolerância antiga
A avó de Kaylane, Kátia Marinho, destacou que a intolerância religiosa é comum e antiga. "Claro que nossa dor agora é maior porque aconteceu com a gente. Mas já viemos sofrendo há muito mais tempo." E acrescentou: "Precisa ser feito algo, principalmente para as crianças, para que elas não cresçam achando que isso tudo é normal".
O presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), Babalawo Ivanir dos Santos, pediu que os pastores evangélicos que discordam da intolerância ajudem a erradicá-la. "Os pastores sérios precisam vir a público se manifestar. Eles precisam isolar os grupos que estão incitando essa violência para que eles respondam criminalmente”.
A audiência pública foi conduzida pelo vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Carlos Nicodemos. Participaram ainda a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do estado do Rio de Janeiro, Teresa Consentino, e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no RJ, Marcelo Chalréo. Representantes de diversas religiões também estiveram presentes e manifestaram apoio à família de Kaylane e contra a intolerância.
O ministro recebeu das mãos de Kaylane um abaixo assinado com 35 mil assinaturas pedindo uma campanha nacional sobre o tema para conscientizar a sociedade.
Assessoria de Comunicação Social