Ministro participa de eventos sobre democracia e direitos humanos com teólogo Leonardo Boff no RS

Um contraponto às manifestações de intolerância e desrespeito aos direitos humanos. Esse foi o espírito das duas aulas públicas que o teólogo, professor e escritor Leonardo Boff deu no Rio Grande do Sul no último final de semana, e que teve participação do ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Pepe Vargas. O evento, que tinha como tema “Expressões sobre Direitos Humanos: Mais Amor, Mais Democracia” reuniu centenas de pessoas em Caxias do Sul na sexta-feira (3) e em Porto Alegre no sábado (4).

O ministro mencionou uma série de agressões, algumas físicas, que têm ocorrido em função de racismo, intolerância religiosa e preconceito contra LGBTs. “Existe uma dificuldade por parte de algumas pessoas em aceitar o diferente, em aceitar pessoas que não têm a mesma religião que a sua, a mesma cor de pele, a mesma opção sexual. E nós temos assistido a situações absurdas de violação aos direitos humanos. Quando todos entendermos que o outro é um sujeito de direitos tanto quanto nós, aí teremos uma sociedade mais tolerante, menos violenta e com os direitos humanos respeitados”.

Leonardo Boff complementou, lembrando que o problema da intolerância é antigo e, ao invés de ser superado, tem sido reforçado. “Os ocidentais têm dificuldade de conviver com as diferenças. Exterminamos os índios, temos dificuldade de incorporar os novos migrantes.” O teólogo disse ainda que “os direitos humanos são uma das conquistas civilizatórias mais importantes da humanidade e pressupõem que cada ser humano tem valores que devem ser respeitados”.

O professor Leonardo Boff, que é também ecologista, finalizou chamando o público para um novo olhar, que extrapola os direitos humanos e passa a considerar também os direitos da natureza. Ele citou a última encíclica do papa Francisco, que pede à humanidade para cuidar da casa comum, que é o planeta, e lançou o desafio. “O século 20 foi o século dos direitos humanos e sociais. O século 21 será o dos direitos da natureza”, disse.


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