Mostra Cinema e Direitos Humanos em Brasília abre com mensagem do rapper Gog e a voz da periferia

“Pesquisa publicada prova / preferencialmente preto, pobre, prostituta / pra polícia prender. / Pare e pense / Por quê?”. Os versos da música Brasil com P, do rapper Gog, deram o tom da Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, em Brasília, que começou nesta segunda-feira (30). O artista subiu ao palco do Cine Brasília antes da exibição do primeiro filme para deixar o recado das populações que mais sofrem violações de direitos humanos. “Na era do digital são as nossas digitais que são colhidas”, disse.

O secretário especial de Direitos Humanos, Rogério Sottili, que falou logo depois da apresentação e abriu oficialmente a Mostra em Brasília, contou que o evento foi criado, há 10 anos, justamente para lançar esse tipo de discussão na sociedade. “Eu estava na Secretaria de Direitos Humanos quando a Mostra surgiu. Nós queríamos promover o debate sobre direitos humanos com uma linguagem capaz de mobilizar corações e mentes. Hoje, vendo o quanto essa mostra cresceu, vejo que a gente estava no caminho certo”, contou o secretário, lembrando que o evento começou em quatro capitais e hoje percorre todo o Brasil.

Sottili enfatizou que os defensores de direitos humanos enfrentam hoje um momento delicado, onde há desrespeito de direitos históricos e se discute o retrocesso de muitos deles. “Esse é um período complicado. Mas cabe a nós, gestores públicos, fazermos esse debate. E o cinema nos ajuda.”

Importância da Mostra

Para a vice-presidente do Instituto Cultura em Movimento (Icem), que produz o evento, Luciana Boal, a Mostra é um dos projetos mais abrangentes de direitos humanos no cinema. O diagnóstico é o mesmo do secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Pola Ribeiro. “Essa Mostra tem uma característica que a gente valoriza muito, que é a do cineasta que tenta dialogar com o Brasil mais profundo”, avaliou Pola.

“Já se foi o tempo em que quem falava de direitos humanos era um grupo pequeno e único. Hoje falar de direitos humanos é fazer uma análise profunda da nação brasileira. Esse Brasil precisa ser refundado sobre novas bases. Que tenhamos capacidade de reconstruir essa nação com base nesse princípio moral e ético dos direitos humanos”, analisou o secretário adjunto de Políticas para as Mulheres, Direitos Humanos e Igualdade Racial do Governo do Distrito Federal, Carlos Alberto Santos de Paulo. “Não tenho dúvida da importância dessa Mostra”, acrescentou.

Programação

A Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo segue em Brasília até 5 de dezembro, no Cine Brasília. Todas as sessões são gratuitas.

Essa semana, a Mostra segue também para Porto Alegre (RS), Boa Vista (RR), Recife (PB), Goiânia (GO), São Luiz (MA), Vitória (ES) e Palmas (TO). Na próxima semana vai para São Paulo (SP), Rio Branco (AC), Maceió (AL), Manaus (AM), João Pessoa (PB), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ).

Os horários de filmes e sinospses podem ser consultados aqui:

http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2015/programacao/