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Pepe Vargas ressalta necessidade de conhecimento das violações cometidas na ditadura
Em entrevista a jornalistas sobre o translado das Ossadas de Perus nesta quarta-feira (19), em São Paulo, o ministro dos Direitos Humanos, Pepe Vargas, lembrou que o direito à memória e à verdade não é importante apenas para os familiares das vítimas das “barbáries” cometidas na ditadura. Ele existe para que a história seja preservada e lembrada.
"Isso é fundamental para que a sociedade compreenda o que aconteceu e não volte a cometer os mesmos erros. Fazemos esse trabalho porque ele é fundamental para a democracia”, ressaltou o ministro.
No último fim de semana, foram transportadas 614 caixas com restos mortais da Vala Clandestina de Perus, que ainda permaneciam no cemitério. Os termos da custódia temporária foram estabelecidos em acordo firmado no último dia 13 entre o MPF e as autoridades máximas das instituições compõem o Grupo de Trabalho Perus: Ministro Pepe Vargas, presidente Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), Eugênia Gonzaga, Secretário da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Eduardo Matarazzo Suplicy, e a reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili, além da Superintendente do Serviço Funerário Municipal, Lúcia Salles.
O procurador-chefe do Ministério Público Federal, Pedro Barbosa Pereira Neto, que viabilizou a transferência das ossadas para a sala cofre da instituição, destacou a relevância desse trabalho para a sociedade brasileira. "O Ministério Público reafirma sua posição com algo que é talvez o mais fundamental para a missão do Ministério Público prevista na Constituição de 1988, que é a defesa do regime democrático”, disse.
Ao todo, 1.043 caixas contendo remanescentes do Caso Perus foram levadas para o Ossário-Geral do Cemitério do Araçá em 2001, após a interrupção dos trabalhos realizados pela Unicamp, onde seriam temporariamente alocados até a determinação de novo responsável pela análise. Em setembro de 2014, logo após a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica que viabilizou a retomada das tentativas de identificação, 433 caixas foram transferidas para o laboratório do Centro de Arqueologia e Antropologia Forense da Unifesp, onde estão sendo realizados os trabalhos de identificação.
Identificação das ossadas
O ministro também visitou o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para conhecer a atuação dos peritos que estão fazendo as análises antropológicas na identificação das ossadas da vala de perus. O trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por 20 profissionais, entre antropólogos, arqueólogos, médicos legistas e odontolegistas.
Assessoria de Comunicação Social