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Ministra participa de 12ª Caravana de Educação em Direitos Humanos em Minas Gerais
O Estado de Minas Gerais recebeu nesta sexta-feira a 12ª Caravana de Educação em Direitos Humanos. A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), participou do seminário reforçando que direitos humanos não podem ser trabalhados em gavetas separadas, com tratamento diferenciado, e que há urgência na interação entre sociedade civil e governos para que haja avanços na educação e compreensão dos direitos humanos no país.
“Temos, infelizmente, em todas as esferas a disputa de poder na sociedade, a disputa de espaço. Disputa entre gêneros e raças. O homem quer ter mais poder que a mulher, o heterossexual acha que sua sexualidade é superior ao de um homossexual, o branco disputa poder com o negro. É tudo disputa de poder. Precisamos entender que todos viemos da mesma raiz, volto a dizer, a raiz humana’’.
Durante o seminário, a ministra destacou também a necessidade de representatividade da participação das entidades e de governos estadual e municipal na caravana e que o cenário é diferente em cada estado brasileiro, o que preconiza a movimentação de debates, que têm justamente o intuito de dar voz aos direitos humanos por meio da sociedade.
“É inimaginável pensar em avanços nos direitos humanos e consolidar políticas públicas sem a participação social com o fortalecimento do eixo da educação. Por isso, estamos aqui nessa mobilização, que tem sido muito rica por termos em nosso país uma diversidade imensa”.
A ministra comentou ainda sobre os dois casos de crimes homofóbicos recentemente ocorridos no país e disse que não basta apenas termos lei contra o racismo, lei Maria da Penha ou criar uma lei contra a homofobia. Ideli insistiu na urgência de uma mudança de comportamento, de paradigma, e que o constrangimento social é necessário.
“Só criamos o constrangimento social por dois caminhos: pela educação - que deve começar com as crianças por meio de valores e conceitos, e pelas mobilizações da sociedade, como exemplos do que aconteceu no Rio Grande do Sul, onde uma mulher xingou um jogador de macaco fedido e foi parar nas redes sociais e na grande mídia. É uma exemplo para, quem pratica esse tipo de preconceito, que pense quatro vezes antes de fazer”, afirmou a ministra.
Convergência – A Caravana de Educação em Direitos Humanos, que percorrerá todo o país, é uma ação de convergência de redes, movimentos, entidades e de todas as pessoas que se dedicam para a afirmação dos Direitos Humanos na sociedade e no Estado brasileiro. A iniciativa tem em seu alicerce o Fórum Mundial de Direitos Humanos (FMDH), cuja primeira edição foi realizada em 2013 em Brasília (DF). Este ano, o fórum será no Marrocos.
Um dos objetivos da caravana é integrar os movimentos sociais, grupos coletivos, pessoas, entidades, instituições e demais para atividades educadoras – disseminando os temas e campanhas surgidas do FMDH. Entre as ações, são colhidos depoimentos de pessoas vulneráveis e em situação de violação de direitos. A proposta é criar um espaço aberto, plural e inclusivo para todos.
A SDH/PR apoia a caravana por meio de um convênio com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), governos municipais e estaduais, além de instituições públicas de educação e direitos humanos.
Caravana – Lançada no dia 29 de abril em Natal (RN), a Caravana já passou por São Paulo (SP), Manaus (AM), Osasco (SP), Lages (SC), Pouso Alegre (MG), Rio de Janeiro (RJ), Rio Branco (AC), Lagarto (SE), Recife (PE) e Teresina (PI). Para o próximo período estão previstas atividade como oficinas, seminários e encontros em Florianópolis (SC), na próxima segunda-feira (22), Campo Grande (MS), Vitória (ES), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Macapá (AP) e Curitiba (PR).