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País possui i 1.969 pontos vulneráveis à exploração sexual infantil, aponta mapeamento da PRF em parceria com a SDH/PR
A Polícia Rodoviária Federal-PRF divulgou nesta terça-feira (25) mapeamento que mostra que o País possui 1.969 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras. Fruto de parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Childhood Brasil, a 6ª edição do Projeto Mapear foi realizada entre 2013 e 2014.
Segundo o levantamento, ouve aumento nos locais considerados vulneráveis à exploração sexual infantil em relação ao mapeamento anterior - 2009/2010. Na época, foram mapeados 1.820 pontos. Apesar disso, houve uma redução de 40% nos pontos considerados críticos, onde estão reunidos muitas variáveis de vulnerabilidade. Em 2009/2010, foram identificados 924 pontos, e hoje são 566 os locais considerados críticos.
Presente na solenidade de divulgação do levantamento, secretário-executivo da SDH/PR, Claudinei Nascimento, ressaltou as ações de humanização voltadas aos direitos humanos como fundamentais no trabalho de sensibilização da sociedade civil sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes.
“É uma honra para a SDH integrar, desde 2009, esse trabalho em parceria com a Polícia Rodoviária Federal. Percebemos a redução do número dos pontos críticos após esses 12 anos em que a PRF realiza o mapeamento, mas também não posso deixar de ressaltar e destacar a importância da interação dos entes da federação e da iniciativa privada, e mais, dizer que temos discutindo bastante a atuação dos policiais, que precisam ser humanizados e sensibilizados com a temática, pois são protagonistas nessa ação de mapeamento de abuso e exploração sexual de nossas crianças nas estradas do Brasil”.
Claudinei Nascimento também destacou o aplicativo Proteta Brasil, que facilita aos usuários de aparelhos smartphones denunciarem casos de suspeita de abuso sexual. O aplicativo é fruto de uma parceria entre a SDH/PR, Unicef Brasil, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia CEDECA – BAHIA e IlhaSoft. Desde o lançamento em 13 de junho de 2013, o aplicativo Proteja Brasil registrou (34.925) downloads.
Foram realizadas 5.485 ligações para os serviços da Rede de Proteção à Infância por meio do aplicativo. Dessas, 3.713 foram direcionadas ao Disque Direitos Humanos – Disque 100 e outras 1.772 a outras instituições como delegacias especializadas e conselhos tutelares.
Levantamento - De acordo com Márcia Vieira, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal, o resultado é importante porque demonstra que o trabalho realizado em cooperação com órgãos como a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a organização Childhood Brasil e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem o efeito de melhorar os ambientes nas estradas, a fim de coibir a exploração sexual infantil. "Essa redução reflete a parceria dos trabalhos da Polícia Rodoviária Federal com outros órgãos para o aprimoramento de medidas que possibilitem uma infância plena para as crianças do país!", disse.
A novidade em 2014 é que foram incluídos fatores importantes para o entendimento dessa realidade, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), composto por indicadores de educação, longevidade e renda, mostrando que os agentes envolvidos na prática de exploração de vulneráveis não se limitam apenas aos abusadores, e passam também por fatores socioeconômicos. Chama atenção, por exemplo, o fato de que 90,43% desses 470 municípios em situação de risco crítico ou alto possuem o IDHM (educação) entre médio e muito baixo. Nessas localidades, há aproximadamente 120.150 mil crianças e adolescentes até 14 anos não alfabetizadas e 527.635 desses jovens evadidos da escola.
Os dados apontam ainda que dentro de um universo de 4.220.975 indivíduos de 0 a 14 anos nesses municípios, 1.103.107 deles, ou 26,13% vivem em famílias pobres ou de extrema pobreza, com renda per capita de R$ 57,81. Dessas, 259.058 estão dentro da população economicamente ativa,ou seja, estão trabalhando, trabalharam no mês anterior à pesquisa ou estão procurando emprego. São dados importantes, por sugerir que essas crianças e adolescentes podem ter uma relação com a exploração sexual nesses municípios que apresentam alta quantidade de pontos considerados críticos.
Assessoria de Comunicação Social