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Identidade brasileira deve ser valorizada no cinema, diz ministra
Investir no cinema nacional é fundamental para que a população tenha acesso a cada vez mais bens culturais que retratam valores os quais se identifica. É o que a ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), defendeu nesta terça-feira (11) durante a abertura da 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul no Rio de Janeiro.
“Quando investimos na Mostra produzimos imagens com as quais as pessoas se identificam”, explicou Ideli. “É uma produção que está vinculada aos valores da nossa população e do nosso país. E a população brasileira tem direito de se identificar com o que assiste.”
A ministra comemorou a expansão da produção audiovisual ocorrida nos últimos anos. “Antes, no Brasil, 80% dos filmes veiculados na televisão aberta e a cabo eram norte-americanos”, recordou. “Com a lei da Televisão Paga- Lei 12.485, as televisões a cabo passaram a veicular pelo menos 1.070 horas anuais de conteúdos nacionais e independentes inéditos”.
Lembrando que o cinema é a segunda maior indústria nacional de países como os Estados Unidos, a ministra defendeu novos avanços que estimulem a produção local, indo além do circuito Rio de Janeiro-São Paulo. Ela também falou sobre a importância do incentivo aos cineastas a produzirem mais sobre a temática dos Direitos Humanos.
Para a ministra, a Mostra desempenha um papel importante não apenas por disseminar a temática dos direitos humanos, mas também por garantir – ela própria – o acesso de milhares de brasileiros ao cinema de qualidade, disseminando o acesso à cultura ao levar filmes para centenas de localidades.
Um levantamento de 2013 da Agência Nacional de Cinema – Ancine revela que o Brasil tem, em média, uma sala de cinema para cada 72 mil habitantes. Tais salas, entretanto, estão presentes em apenas 8,5% dos municípios brasileiros, que abrigam 58% da população.
Homenagem – A homenageada da Mostra deste ano, a cineasta Lúcia Murat também destacou a importância do incentivo ao tema. “Com esse projeto que une cinema e Direitos Humanos, unimos informação e emoção”, disse a cineasta.
Lúcia esteve profundamente envolvida durante os eventos políticos da Ditadura Civil- Militar iniciada em 1964. Sequestrada e torturada em 1971, ela utilizou sua experiência de encarceramento em seus filmes. A Mostra deste ano retrata dos 50 anos do golpe militar.