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Retomada dos trabalhos em Perus é prioridade, diz ministra a Comissão
A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), abriu nesta quarta-feira (18), a reunião da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, em Brasília.
Ideli conversou com os membros da Comissão e destacou como prioridades a retomada dos trabalhos de identificação das ossadas encontradas no Cemitério de Perus, em São Paulo, juntamente com a retomada do Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), que passa por uma reestruturação.
“O sentido de urgência nessas buscas é em primeiro lugar pelos familiares dos mortos e desaparecidos”, destacou. “Esse trabalho tem que ser feito pelo Estado brasileiro em respeito aos familiares, para que esse luto seja encerrado.”
A ministra agradeceu também o apoio do Ministério da Educação (MEC) na retomada dos trabalhos de Perus. O MEC apoiou a ação ao arcar com o aluguel do espaço onde o trabalho será realizado, ajudando ainda a contratar peritos internacionais e a criar um centro de referência em Antropologia e Arqueologia Forense, na estrutura da Universidade Federal de São Paulo.
Entre os encaminhamentos da reunião – da qual participaram também o Coordenador-Geral da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Rafael Schincariol - está a inserção, nos documentos de certificação de óbito de mortos políticos, de que as circunstâncias da morte foram apuradas pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos ou pela Comissão da Verdade.
Ossadas de Perus – A vala clandestina de Perus foi aberta em 1990. Nela, foram encontradas 1.049 ossadas, dentre as quais estariam os restos mortais de desaparecidos políticos da ditadura civil-militar, indigentes e vítimas de grupos de extermínio.
Na primeira fase do trabalho de retomada da identificação das ossadas, serão investidos R$ 2,4 milhões. Este investimento será destinado à contração dos peritos e do aluguel do espaço que será utilizado os restos encontrados no Cemitério de Perus.