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Procedimentos para exumação de Jango são apresentados ao Diretório do PDT
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), teve uma reunião com as lideranças do diretório estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT), no Rio Grande do Sul, para apresentar os trabalhos preparatórios à exumação do ex-presidente João Goulart. O encontro aconteceu nesta segunda-feira (2), na sede da agremiação.
Na conversa, que durou aproximadamente duas horas, Rosário explanou sobre todo o procedimento, as instituições envolvidas e os cuidados para garantir o sucesso da operação. A ministra relembrou que tudo começou a partir de um pedido dos familiares, que mantém dúvidas sobre as reais causas da morte de Jango, durante exílio na Argentina, em 1976.
"De um lado, estamos buscando responder às questões que a família tem trazido sobre as circunstâncias da morte. De outro, retomar o significado histórico da sua trajetória", afirmou a ministra, que ainda reafirmou que, depois de coletadas as amostras necessárias aos exames em Brasília (DF), os restos mortais do ex-presidente Jango retornarão a São Borja (RS), onde ele está sepultado. "Também queremos deixar claro que não houve jamais a ideia de que os restos mortais do ex-presidente João Goulart saísse de São Borja e não retornasse", garantiu.
O presidente estadual da sigla, Romildo Bolzan Jr., agradeceu a disponibilidade da ministra e relembrou que o PDT tem na sua formação a presença de figuras como Leonel Brizola, Alberto Pasqualini, Getúlio Vargas, além do próprio Jango.
Neto do ex-presidente, Christopher Goulart, destacou a importância da convergência de esforços na "busca da memória, verdade e justiça". Ele ainda recordou que o seu avô nunca teve honras de chefe de Estado, sendo que sequer houve luto oficial quando da sua morte.
A ministra Maria do Rosário garantiu que tanto a saída dos restos mortais de Jango para Brasília, quanto o seu retorno a São Borja, contarão com as devidas honras. Ela ainda reforçou que a exumação é parte de um processo mais amplo, que envolve a pesquisa histórica e documental.
A força-tarefa para esse procedimento envolve a SDH/PR, por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS), o Departamento da Polícia Federal (DPF), além de contar com a supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e peritos internacionais da Argentina e Uruguai, sendo que há possibilidade de técnicos cubanos se integrarem aos trabalhos.
Assessoria de Comunicação Social