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Exumação do ex-presidente Jango acontecerá neste ano
A exumação do corpo do ex-presidente João Goulart acontecerá ainda neste ano. Essa foi uma das definições da quinta reunião preparatória, realizada nesta terça-feira (17), no auditório do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (INC/PF), em Brasília (DF).
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), reafirmou compromissos: realizar o procedimento de exumação ainda neste ano, a concessão de honras de chefe de Estado no traslado e que os restos mortais retornam a São Borja (RS), onde o ex-presidente está sepultado, assim que as amostras necessárias aos exames sejam coletadas. A ministra também abordou o significado histórico da iniciativa. “Exumar o Jango é também exumar a ditadura”.
Rosário ainda destacou que o processo está envolvendo peritos técnicos estrangeiros, vindos do Uruguai, Argentina e Cuba (a pedido da família), além do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que acompanhou procedimentos semelhantes envolvendo os chilenos Salvador Allende e Pablo Neruda.
João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, disse que a família confia “plenamente no governo democrático, na Polícia Federal, na ministra Maria do Rosário e na Comissão Nacional da Verdade”. Emocionado, ele também relembrou o empenho que os familiares dedicam há diversos anos para elucidar as circunstâncias que levaram Jango à morte. “Essa luta foi travada pela família. Uma luta, muitas vezes, de lágrimas e sofrimentos, que debaixo do nosso sono surgiam os fantasmas”, afirmou.
A coordenação do trabalho de exumação do ex-presidente Jango está sob a coordenação compartilhada envolvendo a SDH/PR, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o Ministério Público Federal (MPF). Nos aspectos técnicos, o comando está aos cuidados da Polícia Federal, com a colaboração dos peritos estrangeiros e do CICV.
Próximos passos -
Para isso, além dos técnicos da própria PF, haverá a contribuição dos peritos estrangeiros, a fim de estabelecer um planejamento que leve em consideração os aspectos antropológicos, toxicológicos e de genética forense. “Não vamos trabalhar a exumação se não tivermos planejamento dos exames que realizaremos após a retirada dos restos mortais do ex-presidente”, disse.
O coordenador também prefere não antecipar situações envolvendo a exumação em si, visto que será necessário verificar as condições nas quais se encontram o ataúde e os restos do ex-presidente para definir questões logísticas. O certo é que o corpo técnico buscará o mínimo de manipulação até a chegada dos restos mortais ao INC/PR, onde há ambiente adequado para esse trabalho.
Uma próxima reunião está agendada para o dia 16 de outubro, quando novos detalhes devem ser anunciados.
Assessoria de Comunicação Social