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Lideranças ressaltam importância da agenda de Direitos Humanos no mundo
Importantes lideranças nacionais e internacionais discorreram na noite desta terça-feira (10), durante a abertura Fórum Mundial de Direitos Humanos (FMDH) em Brasília, sobre os avanços e desafios mundiais no combate às violações de Direitos Humanos. Temas como combate à desigualdade social, direito à privacidade na rede mundial de internet e o aumento da violência contra os povos foram destacados no evento, que segue até esta sexta-feira (13), em Brasília.
Amerigo Incalcaterra, representante para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, abordou os flagelos sofridos por milhões de pessoas em função das violações de Direitos Humanos. “São obrigadas a migrar para fugir da violência ou em busca de melhores condições”, afirmou Incalcaterra ao defender a construção de um mundo mais solidário.
Ele comentou as recentes violações de privacidade por meio da rede mundial de computadores. “A coleta de dados está ameaçando os direitos individuais, impedindo o justo funcionamento da sociedade global”, disse o representante das Nações Unidas que também se mostrou preocupado com outros problemas decorrentes do mau uso da tecnologia, como a aplicação de drones armados em guerras.
O diretor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais/Brasil (Flacso Brasil), Pablo Gentili, contextualizou o FMDH no âmbito regional. “A América Latina vive uma época de conquistas e avanços pela densa ampliação dos Direitos Humanos, a luta por memória, verdade e justiça, continua vigente. Porém, as grandes desigualdades persistem”, criticou. Gentili também combateu uma possível “pasteurização” do legado de Nélson Mandela. “Não podemos reivindicar Mandela e não reagir e ficar indignados quando sabemos que a cada 30 minutos, um jovem negro morre no Brasil”, refletiu.
Rildo Marques, do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), reagiu às ações conservadoras de parte da sociedade. “Ao invés de implementar o Sinase (Sistema Nacional Sócio-educativo), grupos querem a redução da maioridade penal. Ao invés de reforçarmos a saúde mental, grupos querem a internação compulsória. Ao invés da aprovação do PLC 122/2006, grupos querem a ‘cura gay’”, rebateu. Segundo ele, é necessário promover um processo de diálogo para “conquistar” a população. “A defesa da vida é algo elementar à humanidade”, finalizou.
Fórum - O Fórum Mundial de Direitos Humanos é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com entidades da sociedade civil, organismos internacionais e outros órgãos de governo e conta com cerca de 700 instituições no Comitê Organizador. O objetivo do evento é promover um espaço de debate público sobre Direitos Humanos no mundo, em que sejam tratados seus principais avanços e desafios com foco no respeito às diferenças, na participação social, na redução das desigualdades e no enfrentamento às violações de direitos humanos.
Assessoria de Comunicação Social