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FMDH: Direito Humano à educação é a saída para superação da miséria, exclusão e da violência
O Direito Humano à Educação é a principal chave para enfrentarmos a pobreza extrema, a segregação e a violência contra crianças e adolescentes, mulheres e jovens negros. A conclusão é do Diretor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), Sede Brasil, Pablo Gentili, da Argentina, que participou na manhã desta quarta-feira (11), em Brasília,da primeira conferência do Fórum Mundial de Direitos Humanos, que teve como tema: Os Direitos Humanos como Bandeira de Luta dos Povos. O painel contou com a participação da Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), e da representante da Organização dos Estados Ibero-Americanos – OEI, Ivana de Siqueira.
“As saídas para combatermos as violações aos direitos Humanos são várias, mas temos uma que é chave: O direito Humano à educação. Este, por si só, promove direitos e abre oportunidades para outros direitos fundamentais. A luta contra a desigualdade social e a condição de exclusão de milhões de pessoas em todo o mundo é a saída para combatermos a violação continuada aos direitos Humanos no mundo”, afirmou. O FMDH teve início na noite desta terça-feira (10), em Brasília.
Gentili apresentou dados de organismos internacionais e nacionais que mostram que as crianças, as mulheres e os jovens negros são as principais vítimas da cultura da violência e da exclusão. “Há cada um minuto, uma pessoa morre pela violência armada, sendo que a metade são de crianças e adolescentes. De 2002 a 2010, segundo o estudo Mapa da Violência, 170 mil jovens negros foram assassinados no Brasil, uma média de 20 mil por ano. Isso significa que temos um jovem negro sendo morto a cada 30 minutos, e nós não estamos em guerra”, alertou o Gentili.
Mortalidade infantil - Ainda de acordo com o especialista em ciências sociais, nos últimos anos houve uma considerável redução da mortalidade infantil em todo o mundo, com destaque para a América Latina. No entanto, alertrou,as taxas ainda são expressivas. “Todos os dias, 18 mil crianças morrem em todo o mundo, vítimas de doenças virais, como diarréia, que poderíamos evitar”, alertou Gentili, destacando ainda a situação de crianças nos países em conflitos armados. Segundo ele, cerca de 30 milhões de crianças e adolescentes estão sem escola nesses países e outras 14 mil integram os exércitos armados destes países em conflito.
Outra dado apresentado pelo conferencista da conta de que 40% das mulheres da África do Sul já sofreram algum tipo de violência sexual. Ainda segundo os dados, isso significa que a cada 4 minutos uma mulher é violentada na África do Sul, sendo a metade crianças e adolescentes. Ainda neste continente, a cada 6h uma mulher morre assassinada pelo seu companheiro.
Pablo Gentili é graduado em Ciências da Educação pela Universidade de Buenos Aires, Mestre em Ciências Sociais na Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO - Programa Argentina), Doutor em Educação na Universidade de Buenos Aires, Secretário Executivo do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO) e Diretor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), Sede Brasil.
Fórum - O Fórum Mundial de Direitos Humanos é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com entidades da sociedade civil, organismos internacionais e outros órgãos de governo e conta com cerca de 700 instituições no Comitê Organizador. O objetivo do evento é promover um espaço de debate público sobre Direitos Humanos no mundo, em que sejam tratados seus principais avanços e desafios com foco no respeito às diferenças, na participação social, na redução das desigualdades e no enfrentamento às violações de direitos humanos.
O Fórum Mundial de Direitos Humanos ocorre no Centro Internacional de Convenções do de Brasília (DF), entre os dias 10 e 13 de dezembro.
Assessoria de Comunicação Social