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Ex-militante Arnaldo Cardoso Rocha morreu em decorrência de “traumatismos”, diz laudo
O perito Marco Aurélio Guimarães apresentou na manhã desta quarta-feira (11) os laudos periciais da exumação do ex-militante Arnaldo Cardoso Rocha, no Fórum Mundial dos Direitos Humanos. O documento determina que a causa primária da morte do ex-militante da Aliança Nacional Libertadora (ALN), se deu por traumatismo crânio-encefálico, seguido de outros traumatismos distribuídos por todo o corpo.
Na exumação foram encontrados dois orifícios no crânio, costelas perfuradas e outras diversas perfurações na ossada decorrentes de disparos. As marcas dos projéteis são simétricas nos restos mortais, o que indica o uso de arma de fogo como instrumento de tortura. A perícia constatou que os tiros foram disparados de cima para baixo. Também foram encontrados seis projeteis de armas de fogo, que possuem viabilidade para balística. O perito afirmou ainda que a perícia sugere que Arnaldo tenha morrido também em decorrência de tortura. “As lesões encontradas não permitiriam que Arnaldo tivesse condições de se movimentar ou reagir na hora dos disparos”, concluiu o perito.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidencial da República (SDH/PR) e a integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Maria Cardoso, entregaram os laudos periciais para Iara Xavier, ex-esposa de Arnaldo. Em depoimento, Maria do Rosário afirmou que o Estado Brasileiro só deverá receber o perdão da família do ex-militante, quando concluir o processo de reparação. “Não peço perdão porque acho que ainda não merecemos. É muito difícil pedir perdão por um assassinato”, ressaltou Rosário.
Em sua fala, Iara Xavier, ex-esposa de Arnaldo, pediu para que sua luta inspire outras famílias na busca por memória, verdade e justiça. Iara que também integra o Comitê da Verdade do Distrito Federal (CMVJ-DF) pediu justiça, para que os responsáveis sejam punidos. “Não é sentimento de revanche ou sentimento de vingança. Queremos o esclarecimento das circunstâncias e também a autoria”, disse.
O Trabalho de exumação e perícia foi conduzido pela Polícia Federal, pelo Instituto Médico Legal do Distrito Federal e pelo Grupo de Arqueologia e Antropologia da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Assessoria de Comunicação Social