Notícias
Seminário Nacional de Povos de Comunidades Tradicionais de Terreiros tem início no Piauí
Teve início nesta quinta-feira (10), em Teresina (Piauí), o primeiro Seminário Nacional de Povos de Comunidades Tradicionais de Terreiros. O evento marca os 13 anos de políticas nacionais de ações afirmativas e busca discutir a religião como preservação da cultura africana. Além disso, o encontro debate temas como a discriminação religiosa, a homofobia, o preconceito de classes, entre outros assuntos que afetam a vida dos negros.
Para a secretária de políticas para povos e comunidades tradicionais, Givânia Maria da Silva, a Seppir tem se empenhado em um diálogo contínuo com a população negra, em eventos como este seminário.
"Estamos em um trabalho de escuta para que todas estas vozes possam chegar nos locais de decisão. São inúmeros ataques aos direitos dos quilombolas, dos negros como um todo, por isso precisamos de momentos como este para refletir e pensar em políticas públicas para superar as dificuldades momentâneas que vivemos", disse a gestora.
Givânia lembrou a importância de consultar a população na formulação de políticas públicas, como por exemplo na formulação do II Plano Nacional de Políticas para Povos e Comunidades de Matriz Africana e de Terreiros.
Outro ponto destacado pela gestora da Seppir foi o trabalho do governador do Piauí, Wellington Dias, na luta pelas comunidades de terreiros e quilombolas. Givânia relata que o governador conversou pessoalmente com a ministra da igualdade racial, Nilma Lino Gomes, para discutir possíveis ações nesse sentido.
Diálogos
Segundo o organizador do evento, Rondineli dos Santos, o seminário dialoga a respeito das conquistas nos últimos 13 anos no país, no campo da promoção da igualdade racial.
"A Seppir é uma grande parceira dos povos tradicionais e temos conquistas importantes como a lei de cotas e conseguimos implementar ações de igualdade racial não só no âmbito nacional, mas em estados e municípios. Em um momento delicado como o atual, precisamos analisar onde avançamos e verificar onde podemos avançar", argumentou.
Para a coordenadora estadual de igualdade racial, Assunção Aguiar, o Piauí é um estado que possui todas as condições necessárias para a execução de política de igualdade racial, e por isso faz sentido o seminário ser sediado em Teresina. A coordenadora ressaltou que o combate as desigualdades raciais são um desafio constante.
"Quem foi beneficiado de fato com políticas do governo foram nós, os negros. O problema é que continuamos invisíveis e não vemos isso na televisão. Por isso somos conscientes do nosso papel de perceber a nossa tradição e fortalecer a implementação de políticas como a lei do ensino de história africana nas escolas".
Liderança
Segundo os organizadores do evento, o movimento negro precisa assumir o papel de protagonista na formação da opinião pública, esclarecendo mitos e mentiras a respeito da população negra, para contribuir com a promoção de políticas de promoção da igualdade racial em todos os níveis.
No final do evento será elaborada a Carta de Teresina, documento com apontamentos feitos pelos participantes para garantir a continuidade das políticas de ações afirmativas no país. O documento será entregue à presidenta Dilma Rousseff.