Notícias
Jovens negros e ciganos se preparam para 3ª Conferência Nacional de Juventude
Lideranças de movimentos de juventude negra e cigana se reúnem nesta quinta e sexta-feira (24 e 25) para dialogar sobre a participação de jovens dos povos tradicionais de matriz africana, quilombolas e ciganos na 3ª Conferência Nacional de Juventude (#3ConfJuv). Elas participam da Oficina preparatória para a #3ConfJuv nos dias 24 e 25 de setembro, em Brasília (DF), no prédio anexo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Um dos objetivos do encontro é apresentar para os participantes o processo de organização da conferência para ampliar a mobilização e visibilidade de jovens de povos e comunidades tradicionais.
Presente na abertura do evento, realizada na manhã desta quinta-feira (24), a convidada Makota Valdina ressaltou as conquistas históricas dos mais velhos e o papel da juventude na continuação da luta por direitos. “Vocês não estão inventando a roda, vocês estão girando essa roda. Na minha época, nem se imaginava esse cenário que temos hoje. Nossa forma de interagir reunia mulheres, crianças e velhos, onde todos estavam juntos, fazendo atividades juntos. Vocês tem que se agarrar às conquistas que vem de muito longe, lá com os mais velhos”, disse. “Espero que nesses dois dias de trabalho vocês possam aprender a respeitar o outro. São grãozinhos que formam o todo. Quando voltarem para seus espaços, compartilhem com os outros o que foi construído aqui. Não estamos sozinhos, estamos num coletivo”, afirmou Makota Valdina.
Para a secretária de Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Givânia Silva, a oficina será um espaço para qualificar o debate os participantes da 3ª Conferência. “É muito importante fazer esse momento de diálogo para que vocês cheguem na Conferência com suas questões melhor definidas. É preciso fortalecer para pautar a política nacional de juventude”, considerou a secretária. O poder transformador da juventude foi enfatizado pelo secretário de Ações Afirmativas, Ronaldo Barros: “Os jovens fazem uma revolução diária, a base de ebulição cultural quando vamos nos terreiros e territórios quilombolas é feita pela juventude. E essa transformação cotidiana precisa chegar ao Estado brasileiro. Não podemos ser apenas consumidores de políticas públicas, devemos fazer a política do país”, declarou Barros.
O secretário nacional de Juventude, Gabriel Medina, falou das conquistas ao longo dos últimos anos e as conquistas que ainda precisam ser alcançadas. “É inegável que hoje temos um outro Brasil. Mas o racismo ainda é estrutural, mas nos últimos anos temos construído espaços nos quais a juventude negra está presente. A Conferência é uma das formas que temos para mudar o país e esse é o momento para aqueles que querem uma sociedade anti-racista, anti-homofóbica e anti-machista se unirem e fazer um esforço para construir essa nova sociedade”, afirmou Medina.
A oficina continua nesta quinta-feira (25), com a definição de estratégias para fortalecimento da participação de jovens quilombolas, matriz africana e ciganos na #3ConfJuv.